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Publicado em 10 de dezembro de 2022 às 08:00
Manchas que coçam, ardem, descamam ou sangram; pintas que mudam de tamanho, forma ou cor e feridas que não cicatrizam em quatro semanas são alguns dos sintomas do câncer de pele. O tumor é responsável por 33% dos diagnósticos de tumores malignos no país, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Por conta dos altos números de diagnósticos, a campanha Dezembro Laranja surge com o propósito de conscientizar sobre os riscos do câncer de pele e ressaltar a importância da prevenção.
Segundo a oncologista Veridiana Pires de Camargo, da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, a exposição excessiva ao sol e radiação ionizante, bronzeamento artificial, pele clara e histórico familiar são alguns dos fatores de risco. “O câncer de pele pode ser dividido em dois grupos: não melanoma, mais comum e com baixo índice de mortalidade; e melanoma, mais raro e preocupante, já que pode desenvolver metástase e se alastrar para outras regiões do corpo rapidamente”, explica.
O clima tropical brasileiro também contribui para o surgimento da doença, já que a influência solar aumenta a incidência da doença. “O câncer de pele é mais comum em áreas de maior exposição ao sol, como cabeça e pescoço, região nasal, orelhas, testa, braços, ombros e costas”, alerta Veridiana Pires.
Ao surgirem pintas ou feridas que não cicatrizam, é importante procurar um especialista. Normalmente, o diagnóstico é feito pelo dermatologista ou cirurgião após os primeiros sintomas.
Para melhor visualização, o médico pode solicitar um exame de imagem ou biópsia, que consiste na retirada de uma parte ou de toda a ferida para análise. A amostra é encaminhada para avaliação de um patologista, que indicará se a lesão é um tumor maligno ou não.
"O tipo melanoma apresenta várias tonalidades de cor, variando entre marrom, cinza, azul e preto, assim como o diâmetro, que possui cerca de 6 mm, diferentemente das lesões benignas, que são menores e possuem coloração marrom escuro”, explica oncologista Veridiana Pires.
O diagnóstico do tipo não melanoma é relativamente simples, sem necessidade de exames complexos e invasivos no primeiro momento, apenas a análise clínica é suficiente para diagnóstico. “Um olho bem treinado é uma excelente arma para orientar a suspeita de câncer de pele nos pacientes”, aponta a médica Veridiana.
A oncologista Virgínia Altoé Sessa diz que o câncer de pele não melanoma apresenta altas chances de cura, principalmente se for detectado no início, mas, se não for tratado adequadamente e em tempo hábil, pode deixar sequelas, inclusive mutilações bem agressivas. "É importante estar atento a alguns sinais. Ao notar qualquer anormalidade, como o surgimento de novas pintas ou manchas que não existiam, mudança na coloração ou sangramentos, é importante procurar um dermatologista para uma avaliação. Quanto antes o câncer de pele for detectado, maiores as chances de cura”.
Quanto mais rápido for diagnosticado, melhor são as probabilidades de remissão, podendo chegar em 90%. A dermatologista Fernanda Porphirio, da Clínica Vanité, recomenda evitar se expor em horários de maior incidência dos raios ultravioleta. "Para praia e piscina, é mais adequado ficar ao sol antes das 10h ou após às 16h. Além disso, tenha em mente que você deve aplicar o protetor solar 30 minutos antes da exposição e reaplicá-lo durante o dia. Se tiver contato com água, sempre passe o produto em seguida. O filtro precisa de um tempo para aderir à pele”.
A oncologista Veridiana Pires de Camargo lembra da importância de utilizar filtro solar com fator de proteção (FPS) 30 ou maior, reaplicando a cada duas horas ou após se molhar ou suar. Também existem exames anuais para prevenção, como o exame dermatológico, realizado pelo dermatologista, que avalia todos os sinais, como pintas de nascença ou outras áreas pigmentadas, bem como a dermatoscopia, feita no consultório, na qual o especialista usa um dermatoscópio, aparelho que amplia as lesões, separa cores e estruturas, sendo possível identificar suspeitas de câncer de pele de uma forma mais precoce e eficiente.
Outra forma de diagnóstico precoce é o mapeamento corporal total e a dermatoscopia digital. “Para pacientes com alto risco de desenvolver câncer de pele, principalmente aqueles com múltiplas pintas e familiares com melanoma, recomenda-se fotografar todo o corpo e cada uma das pintas usando um dermatoscópio acoplado à uma máquina fotográfica digital, sendo imprescindível para identificação de pintas que mudam de cor e formato”.
A oncologista Camila Beatrice Miranda diz que para tipo não melanoma os médicos optam pelas modalidades cirúrgicas. "A radioterapia, a quimioterapia e as medicações orais e tópicas são outras opções de tratamentos em casos mais avançados".
No caso do melanoma, a médica explicou que o tratamento varia conforme a extensão, a agressividade e a localização do tumor, bem como a idade e o estado geral de saúde do paciente. "Podemos lançar mão de além de cirurgia, outros tratamentos podem ser recomendados, isoladamente ou em combinação, para o tratamento dos melanomas avançados, incluindo a quimioterapia, a radioterapia, a terapia alvo e a imunoterapia", diz Camila Beatrice Miranda.
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