O excesso de glicose, provocado pelo consumo exagerado de carboidratos, é um vilão para os diabéticos. Crédito: Shutterstock
Os carboidratos são classificados como a principal fonte de energia para o organismo, mas, após ingeridos, são convertidos em glicose. E o excesso de glicose, provocado pelo consumo exagerado de carboidratos, é um grande vilão para os diabéticos.
Por isso, é importante a contagem de carboidratos, um método de tratamento alimentar reconhecido pelo Departamento de Nutrição da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), que é indicado para pacientes que têm a doença há mais de 20 anos.
O tratamento com a insulina ganha mais flexibilidade com o método. A endocrinologista Mariana Guerra, da Unimed Vitória, explica que o paciente deve avaliar a quantidade de carboidratos que serão ingeridos, fazendo uma programação sobre quantas unidades de insulina devem ser utilizadas para queimar a quantidade de carboidratos ingerida.
“O protocolo inicial é uma unidade de insulina para cada quinze gramas de carboidrato. Com a flexibilidade da contagem, a pessoa precisa fazer um cardápio com responsabilidade, porque ela vai utilizar a quantidade de insulina necessária para evitar que aconteça uma hiperglicemia”, diz.
Especialistas em endocrinologia e nutricionistas habilitados podem ensinar a técnica da contagem de carboidratos. Existem manuais para isso com tabelas que orientam o paciente sobre as quantidades presentes em cada alimento, tanto em opções naturais como industrializadas, incluindo pães e biscoitos. Além disso, aplicativos específicos, livros e manuais ajudam o paciente a realizar o procedimento aliado com as recomendações médicas.
POR QUE FAZER A CONTAGEM?
Mariana explica que o tempo de resposta do organismo à ingestão do alimento já começa com a digestão a partir da primeira garfada. Por isso, o monitoramento da glicemia capilar deve ser feito a partir de duas horas após o início da refeição.
“Quando o paciente faz a aplicação de insulina baseado naquilo que ele está ingerindo, de fato, há um controle, permitindo que ele tenha um dia a dia mais adaptado aos encontros que vai promover durante a vida social. O problema é que essa pessoa precisa utilizar esse recurso com responsabilidade, porque a contagem também pode ser utilizada para fazer um cardápio desregrado. Apesar de o paciente não apresentar uma glicemia elevada, por ter feito uma boa contagem, poderá apresentar ganho de peso, que é muito ruim para a diabetes. Isso pode provocar resistência ao funcionamento da insulina", alerta a endocrinologista.
ALIMENTOS
Arroz, batata e grãos; massas, pães, biscoitos e cereais; frutas, sucos e vegetais; leite, iogurtes, açúcar e mel; doces e qualquer comida que contenha açúcar são exemplos de alimentos que têm carboidratos.
Existem alguns alimentos que dispensam a necessidade de contar os carboidratos. Porém, devem ser consumidos em quantidades indicadas na dieta recomendada por um nutricionista ou nutrólogo especializado em diabetes. Entre os exemplos estão vegetais, queijo, carne de boi, aves e pescados; ovos, azeite, maionese e creme de leite; água, café, chá e adoçante.
VEJA COMO FAZER A CONTAGEM DE CARBOIDRATOS
- Anotar tudo que ingerido. Com isso, é possível saber a quantidade, a qualidade e a distribuição dos carboidratos baseados em sua rotina e utilizar as tabelas ou aplicativos para definir o valor total dos carboidratos que serão ingeridos.
- Fazer a medição da glicemia antes de cada refeição e duas horas após o término a fim de analisar e descobrir o efeito dos alimentos sobre a taxa glicêmica.
- Optar por carboidratos que venham de vegetais, grãos e frutas.
- Ter uma rotina de alimentação, tanto de horário quanto de quantidade. Assim, as chances de haver hipoglicemia serão reduzidas.
- Apresentar os resultados a um médico especialista. Uma dieta requer manutenções adequadas que devem ser feitas periodicamente
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