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Diabetes infantil: veja 5 sintomas da doença e como é feito o tratamento

Há dois tipos principais de diabetes, tipo 1 e tipo 2. O tipo 1, embora ocorra em qualquer idade, é diagnosticado mais frequentemente em crianças e adolescentes

Publicado em 23 de agosto de 2022 às 10:27

diabetes em criança
Com diabetes tipo 1, o paciente deve monitorar os níveis de glicose regularmente Crédito: Shutterstock

A diabetes é caracterizada pela hiperglicemia, o aumento da glicose no sangue, seja genética (tipo 1) ou adquirida (tipo 2). A insulina ou está em níveis muito baixos, ou não consegue ser corretamente aproveitada para a metabolização da glicose. Com isso, a glicose, que seria transformada em energia, se acumula no organismo. A doença não é exclusiva dos adultos, atingindo também as crianças.

O endocrinologista Laerte Damaceno, diretor da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), conta que o tipo 1, embora ocorra em qualquer idade, é diagnosticado mais frequentemente em crianças e adolescentes. Ele resulta da destruição das células produtoras de insulina existentes no pâncreas.

"A diabetes tipo 1 não tem cura, mas é controlada com o uso da combinação de insulinas, em doses administradas no jejum e antes das refeições. O tratamento adequado controla os sintomas, evita  as complicações e proporciona uma qualidade de vida saudável", diz o médico.

O endocrinologista conta que entre os sintomas mais frequentes no diabetes tipo 1 estão: urinar muito, beber muita água e emagrecimento rápido. "É comum que haja um agravamento destes sintomas e o diagnóstico seja feito em serviços de saúde para onde as crianças são levadas", diz Laerte Damaceno. No tipo 2 em crianças, os sintomas não são claramente observados, devendo o diagnóstico ser feito pela medida da glicose no sangue.

Veja sintomas do diabetes em crianças

  • A criança passa a urinar com mais frequência
  • Muita sede
  • Perda de peso sem motivo
  • Muita fome
  • Escurecimento das dobras do pescoço, joelho, cotovelo e virilha

DIAGNÓSTICO

A médica pediatra Karoliny Veronese, da Rede Meridional/Kora Saúde, conta que além dos sintomas principais do tipo 1, quando o nível de glicose está muito elevado, ocorre um quadro de cetoacidose diabética, que pode levar a criança ao coma. "Infelizmente, é geralmente nesse ponto grave que se descobre a doença". 

Já o tipo 2 é descoberto somente em exames de rotina. "Pode levar a um quadro em que a urina é mais frequente e até a cetoacidose diabética, em casos raros, mas na maioria das vezes não tem tanto sintoma. Um sintoma mais visível é o escurecimento das dobras do pescoço, joelho, cotovelo, virilha, que muitas vezes está associado com pressão alta".

A médica explica que tem sido observado o aumento dos casos de diabetes tipo 2 em crianças e um fator determinante é a obesidade infantil. "Para ser mais exata, o fator determinante é a alimentação desbalanceada, rica em doces, massas, frituras e refrigerantes, que aliada à falta de exercícios físicos, leva a quadros de obesidade infantil e diabetes tipo 2. Ela pode ser revertida, com o acompanhamento correto, tratamento, dieta e exercícios físicos regulares". 

Em ambos os casos, o diagnóstico é feito com a medição da glicose em jejum, que vai dizer, após 8 ou 12 horas sem alimentação, qual o nível de glicose no sangue da criança. "Se estiver elevada, mesmo em jejum, é um indicador importante. Existe também o exame de hemoglobina glicada, que vai avaliar se o nível de glicose no sangue se manteve alto nos últimos 3 meses", conta Karoliny Veronese.

TRATAMENTO

No tratamento do diabetes tipo 1, a criança se torna dependente de insulina. O médico precisa calcular a dose de acordo com o peso da criança, quantas aplicações diárias, além de passar uma dieta balanceada e atividade física. "Mas, além disso, é muito importante um apoio psicológico. Essa criança vai passar a usar uma medicação injetável, muitas vezes com cinco aplicações ao dia, deixará de comer algumas coisas que estava acostumada, precisará medir com frequência a glicose no sangue – o que dói também, afinal faz um furinho na ponta do dedo – então ele, como a família, precisa de suporte psicológico para se adaptar a essa realidade". 

Já o tipo 2, o principal tratamento é dieta e exercício. Tem um medicamento oral, também, que pode ser necessário de acordo com a avaliação do médico, mas o principal é dieta balanceada – orientada por um nutricionista – e exercício físico regular. 

O endocrinologista conta que a alimentação, em ambos os tipos de diabetes na criança, deve ser saudável e que leve ao controle do peso e caracteriza-se por não comer açúcar e nas refeições diárias, consumir arroz, feijão, pão em quantidades controladas, e consumindo mais verduras, frutas e carnes brancas.

A pediatra reforça a parte da família nessa equação. "Uma criança obesa, não come sozinha. Ela não faz compras sozinha. Foi a família que colocou aquele alimento dentro de casa, opções que não foram boas. Então, a mudança alimentar tem que partir também de toda a família. Não adianta dizer que ela não segue a dieta se o alimento que não faz bem está no armário da cozinha", finaliza Karoliny Veronese.

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