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Publicado em 29 de junho de 2022 às 14:39
O diabetes ocorre quando o corpo não produz insulina ou não consegue usá-la adequadamente. Este hormônio é responsável por controlar a glicose (açúcar) no sangue — que em excesso acarreta hiperglicemia. O problema afeta, no Brasil, mais de 13 milhões de pessoas, o que representa 6,9% da população nacional, de acordo com informações da Sociedade Brasileira de Diabetes.
"Diabetes é uma doença caracterizada pelos níveis altos de glicose no sangue. Pode ser causada por vários fatores de risco, como fatores genéticos, hábitos de vida pouco saudáveis como alimentação inadequada e sedentarismo, uso de medicações que aumentam a glicose, como corticoide, ser uma doença autoimune ou ser precipitado por outras doenças", diz a endocrinologista Sabrina França.
Além do aumento do apetite, de alterações visuais e de feridas, especialmente nos membros inferiores, que demoram a cicatrizar, alguns sinais podem aparecer na pele. A endocrinologista Renata Scalco, da Rede de Hospitais São Camilo São Paulo, diz que existem diversas alterações na pele que podem estar associadas à doença.
"Uma das mais comuns é a acantose nigricans, um indicador da presença de resistência à insulina, caracterizada por áreas de espessamento da epiderme, com aspecto aveludado e de cor amarronzada e acinzentada, geralmente vistas nas axilas, pescoço e virilha".
Sabrina França explica que existem diversos tipos de diabetes, porém os principais são o diabetes mellitus tipo 1 (DM1) e tipo 2 (DM2). "No DM1, ocorre destruição das células pancreáticas produtoras de insulina, sendo o tratamento feito então necessariamente com insulina. Ele é diagnosticado mais comumente em crianças, adolescentes e adultos jovens. No DM2, que é a mais comum de diabetes, existe uma combinação de resistência à ação da insulina e de defeito na secreção, sendo que um ou outro fator pode predominar dependendo do paciente e da fase da doença. O risco de desenvolver DM2 aumenta com a idade e com a presença de obesidade".
A médica diz que, sempre que a pessoa tiver qualquer alteração na pele, a orientação é não demorar a procurar ajuda de um dermatologista. "É ele quem melhor entende e sabe tratar esse tipo de doença. Mas se você é diabético, o cuidado tem que ser em dobro, pois os níveis de glicose no sangue precisam estar controlados para que o tratamento seja mais eficaz e para evitar complicações. Procure seu endocrinologista para fazer o seguimento e controle da doença", diz Sabrina França.
A médica Renata Scalco também ressalta que o paciente que apresentar algum desses sinais na pele deve procurar o médico, para receber orientações quanto aos cuidados locais, tratamento medicamentoso quando necessário e encaminhamento para especialistas como dermatologista ou cirurgião vascular de acordo com a situação.
O cuidado com a pele nos pacientes diabéticos ajuda muito a evitar complicações. "É indicado manter uma pele bem hidratada, observar sempre se há aparecimento de lesões na pele, pois o diagnóstico precoce ajuda a evitar complicações. Não utilizar produtos por conta própria para resolver o problema, pois a lesão pode ser 'mascarada' e atrapalhar o diagnóstico", explica Sabrina França.
Renata Scalco conta que os pacientes devem secar os pés cuidadosamente após o banho ou em qualquer situação em que fiquem molhados, secando inclusive os espaços entre os dedos. "O ideal é usar uma toalha especialmente para os pés, para evitar o uso da toalha úmida do resto do corpo. É importante também manter a pele adequadamente hidratada e cortar as unhas de forma reta, para evitar unhas encravadas, que predispõem a infecções bacterianas secundárias".
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