Doença renal crônica de Boca Rosa alerta para riscos de amigdalite não tratada

Em muitos casos, a doença ocorre após uma ‘agressão’, que pode ser um medicamento, uma substância tóxica ou uma infecção, como uma amigdalite

Publicado em 10/02/2023 às 18h27
Bianca Andrade

Bianca Andrade foi  internada com nefrite. Crédito: Reprodução @bianca

A influenciadora Bianca Andrade, conhecida como Boca Rosa, preocupou os fãs nos últimos dias ao comunicar no Instagram que estava internada com nefrite, uma doença crônica dos rins. Mas o que é exatamente o problema?

“A nefrite é um termo utilizado para descrever um conjunto de doenças que causam uma inflamação nos glomérulos, um novelo minúsculo de vasos sanguíneos que se encontram dentro dos rins e que têm como função filtrar o sangue. Esta inflamação afeta a capacidade do rim de filtrar os resíduos tóxicos e o líquido em excesso”, explica a nefrologista Caroline Reigada.

A médica conta que em muitos casos, ela ocorre após uma ‘agressão’, que pode ser um medicamento, uma substância tóxica ou uma infecção, como uma amigdalite (caso da influenciadora). 

Entre as principais causas da nefrite estão: infecções por bactérias e vírus; pessoas com doenças autoimunes e sistêmicas, ou doenças dos rins, câncer, diabetes, HIV; a exposição prolongada a toxinas como lítio, chumbo e cádmio também é uma das causas. As constantes agressões tendem a danificar os rins, segundo a médica. “Existem duas formas de nefrite: aguda e crônica. A primeira desenvolve-se subitamente, por exemplo, após uma infecção na garganta ou na pele. Já no caso da nefrite crônica, ela é geralmente silenciosa, sem sintomas, ao longo de vários anos e pode levar à insuficiência renal”, comenta a especialista.

SINTOMAS

A médica enfatiza que o paciente deve ficar de olho nos sintomas, que podem ser: diminuição da quantidade de urina; urina avermelhada; inchaço dos olhos ou das pernas; aumento da pressão arterial e presença de sangue na urina. “Como forma de prevenção, sugerimos fazer anualmente um exame de creatinina e urina tipo 1, que mostram como está a função renal. Caso haja alguma alteração, o médico investigará até chegar ao diagnóstico de nefrite. Cuidar da saúde e ter bons hábitos de vida também são formas de prevenção”, conta a médica.

A prática de exercícios físicos regulares; evitar o excesso de sal, carne vermelha e gorduras; controlar o peso corporal, a pressão arterial, o colesterol e a glicose; não fumar; não abusar de bebida alcoólica; evitar o uso de anti-inflamatórios não hormonais; ter cuidado com quadros de desidratação; consultar regularmente seu médico; e não usar medicamentos sem prescrição médica também são outras atitudes que devem ser adotadas.

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Por fim, a médica destaca que o tratamento depende do tipo de nefrite. “No caso da aguda, ele pode ser feito com controle da pressão arterial e redução do consumo de sal. E se ela for causada por uma infecção, é necessário tratar isso com um antibiótico prescrito pelo médico. Em casos crônicos, é importante que o paciente controle a pressão arterial, siga uma dieta com restrição de sal, proteínas e potássio (esse último apenas em casos selecionados) e faça uso de medicamentos prescritos pelo especialista, como anti-inflamatórios hormonais (corticoides), imunossupressores e diuréticos”, finaliza Caroline Reigada. 

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