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Publicado em 2 de outubro de 2022 às 08:00
O Brasil é o segundo país do mundo que mais realiza transplantes de órgãos, garantido a toda a população por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2021, foram feitos cerca de 23,5 mil procedimentos, desse total, cerca de 4,8 mil foram transplantes de rim, 2 mil de fígado, 334 de coração e 84 de pulmão.
O assunto é importante e pode salvar a vida de milhares de pessoas. Tanto que o Dia Nacional do Doador de Órgãos, comemorado em setembro, reúne campanhas de estímulo e combate a notícias falsas, polêmicas, tabus e desinformação em torno do tema.
Qualquer pessoa, desde que compatível com o receptor e sem doenças infecciosas graves ou infectocontagiosas, é potencial doadora, em vida, de um dos rins, de medula óssea, de parte do fígado e do pulmão. Já um indivíduo pós-morte encefálica, pode ter coração, pulmão, fígado, rins, pâncreas, córneas, intestino, pele, ossos e válvulas cardíacas usados nessas cirurgias.
O comprador Gilmar Tomassi, de 29 anos, passou por um transplante de rim. Ele descobriu a Doença de Berger, um problema crônico e autoimune, que provoca a paralisação dos rins, em 2014. Em junho de 2015, em função do avanço do problema, passou a fazer hemodiálises e entrou para a fila do transplante. Até que em maio de 2017, recebeu de sua tia Lucimar Tomassi, o maior presente de sua vida: um novo rim, que lhe deu a chance de recomeçar a vida com saúde.
"É inexplicável esse ato de amor. Lembro que no processo muitas pessoas ficaram com medo de serem doadoras. Mas ela não hesitou em nenhum momento. Ela morava no interior do estado, acompanhava de longe o meu sofrimento, com uma alimentação à base de dietas, o corpo inchado pela retenção de líquidos, náuseas constantes. Hoje, eu posso trabalhar, fazer atividades físicas, por causa desse gesto de amor", conta.
Gilmar também é um praticante de atividade física. Ele participou da 31ª edição da corrida Dez Milhas Garoto, e quando concluía a travessia da Terceira Ponte avistou, no alto do Morro do Moreno, em Vila Velha, uma bandeira colocada pela Unimed Vitória para incentivar a doação de órgãos. Dali em diante, parte do trajeto foi percorrido pelo corredor com lágrimas nos olhos. Estar ali significava para ele não só um sentimento de vitória, mas também de gratidão.
"Quando fui chegando perto da bandeira e vi que era sobre doação de órgãos, comecei a pensar que só estava ali correndo graças a esse gesto de amor da minha tia de doar para mim. Ela estava ali comigo".
A luta de Gilmar, agora, é para mostrar a quem está ao seu redor que doar órgãos vai muito além de um gesto nobre. É uma forma de doar amor, de dar a alguém a chance de um recomeço. "É muito difícil parar para pensar em ser doador. Vejo que é difícil se a gente não tem um caso próximo. Esta foi uma lição de vida para mim. Tudo que passei mudou minha mente em vários sentidos. Só quem recebe, quem doa um órgão, ou as famílias que doam os órgãos de parentes que perderam, entendem o quanto isso é grandioso".
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