Enfrentado por Rita Lee, câncer de pulmão é um dos mais comuns no Brasil

Em maio de 2021, a rainha do rock brasileiro foi diagnosticada com um tumor primário no pulmão esquerdo após exames de rotina

A cantora Rita Lee

A cantora Rita Lee morreu aos 75 anos. Crédito: Reprodução/Instagram @litaree_real

Rita Lee morreu nesta segunda-feira (8), aos 75 anos. Em maio de 2021, a cantora foi diagnosticada com um tumor primário no pulmão esquerdo após exames de rotina. Ela se submeteu a sessões de imunoterapia e radioterapia, duas formas de tratar a doença, uma das mais comuns no Brasil. A rainha do rock chegou a fazer tratamento contra o câncer durante dois anos.

Pelas redes sociais, a família da cantora divulgou um comunicado sobre o falecimento. “Comunicamos o falecimento de Rita Lee, em sua residência, em São Paulo, capital, no final da noite de ontem, cercada de todo o amor de sua família, como sempre desejou".

Segundo as estimativas 2020 do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de pulmão é o terceiro mais comum em homens e o quarto em mulheres no Brasil - sem contar o câncer de pele não melanoma. É o primeiro em todo o mundo em incidência entre os homens e o terceiro entre as mulheres. Em mortalidade é o primeiro entre os homens e o segundo entre as mulheres, segundo estimativas mundiais de 2020, que apontaram a incidência de 2,12 milhão de casos novos, sendo 1,35 milhão em homens e 770 mil em mulheres. O tabagismo é a principal causa da doença.

A oncologista Camila Beatrice explica que, assim como todos os tecidos do corpo, o pulmão é composto por células. Essas células vão se dividindo e se reproduzem de uma forma ordenada e controlada. "Se houver alguma alteração celular que altere esse processo, o organismo produz excesso de tecido, que dá origem ao tumor. Se o tumor for maligno, o crescimento comprime e destrói os tecidos normais à sua volta, isso seria, nesse caso, um tumor localizado no pulmão". 

Além do tabagismo, outras questões estão relacionadas com o surgimento de câncer no pulmão, como ser fumante passivo, a exposição ao gás radônio, exposição ao asbesto, ao arsênio, e alguns agentes que são ocupacionais, como níquel e o cromo. Também é preciso levar em consideração a poluição atmosférica e o histórico pessoal ou familiar de câncer de pulmão.

SINTOMAS

Os sintomas geralmente não ocorrem até que o câncer esteja avançado, mas algumas pessoas com câncer de pulmão em estágio inicial apresentam sintomas. Os mais comuns são:

  • Tosse persistente

  • Escarro com sangue

  • Dor no peito

  • Rouquidão

  • Piora da falta de ar

  • Perda de peso e de apetite

  • Pneumonia recorrente ou bronquite

  • Sentir-se cansado ou fraco

  • Nos fumantes, o ritmo habitual da tosse é alterado e aparecem crises em horários incomuns

A detecção precoce pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais, endoscópios ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença, ou de pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento), mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença.

Em geral, o diagnóstico ocorre através de uma tomografia ou de um raio-x de tórax, sendo necessário realizar uma biópsia do tumor. "Essa biópsia pode ser feita por broncoscopia, em que será inserido na via área um pequeno tubo com uma luz na ponta para retirada de um pedaço do tumor, ou ela pode ser realizada guiada por tomografia", conta Camila Beatrice.

O tratamento vai depender do estágio em que o tumor se encontra. "Nos estágios mais iniciais, podem ser feitas cirurgia e a quimioterapia. Nos intermédios, no geral, são utilizadas quimioterapia com a radioterapia, dependendo do caso. Já nos estágios mais avançados, são utilizadas a quimioterapia, atualmente a imunoterapia, e também a terapia alvo, com medicamentos administrados via oral", explica Camila Beatrice.

O câncer de pulmão tem cura. A oncologista Cintia Givigi diz que o progresso nas pesquisas tem influenciado no tratamento dos tumores de pulmão. "A imunoterapia é um os avanços mais importantes. A terapia estimula o sistema imunológico por meio de uma combinação de medicamentos para que ele possa combater as células cancerígenas. Esse tratamento pode ser feito aliado ou não a outras terapias, como a quimioterapia e a radioterapia, e pode aumentar a probabilidade de sobrevivência".

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