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Publicado em 3 de abril de 2023 às 14:08
Arrancar os pelos do corpo e os fios de cabelo em situações de estresse é uma condição que afeta algumas pessoas, como Amanda Meirelles, participante do BBB 23. Em conversa com Bruna Griphao, a médica relatou que, além dos cabelos, já chegou até mesmo a usar pinça para arrancar os pelos dos dois braços.
“A tricotilomania é uma desordem comportamental ligada fortemente à ansiedade e problemas emocionais, quando o paciente tem um impulso em arrancar os fios de cabelo ou os pelos do corpo. Muitas vezes, ela pode envolver rituais, quando a pessoa seleciona um fio, ou um número determinado de fios, ou ainda um tipo específico de fio (grossos ou finos, mais claros ou escuros, mais ondulados ou mais lisos) para remover”, explica a dermatologista Cintia Guedes, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Segundo a médica, há também pessoas que arrancam os fios podendo inclusive se valer de ferramentas, como pinças, por exemplo. “Geralmente são mulheres, que chegam no consultório do dermatologista se queixando de falhas no couro cabeludo. Algumas delas percebem os impulsos. Outros podem arrancar os fios de maneira automática, durante atividades rotineiras, como por exemplo enquanto assistem televisão. Dessa forma, as falhas aparecem sem que se perceba quando elas começaram”, argumenta.
Além do desconforto, a tricotilomania pode causar uma série de outros problemas, como a falha capilar perceptível, vermelhidão e até infecções graves. “A condição também pode deixar cicatrizes, que podem exigir tratamentos profissionais”, afirma a médica.
Arrancar os fios pode ocorrer a qualquer momento durante a infância, adolescência ou até mesmo na idade adulta. Raramente é uma ocorrência isolada. Em casos emocionais, o paciente está mais consciente de sua compulsão, ainda que não consiga resistir ao impulso de remover os fios, segundo a médica. “Desta forma, podem surgir inúmeras emoções negativas como a frustração (por não conseguir controlar os impulsos), vergonha, medo de ser descoberto, além da insatisfação com a aparência (acarretada pela falta de cabelos em determinadas áreas da cabeça)”, explica.
Além do médico dermatologista, responsável por fazer o diagnóstico, Cintia enfatiza que o tratamento deve ser feito por meio do acolhimento do paciente com uma equipe multidisciplinar com psicólogo, psiquiatra e o próprio dermatologista. “No caso de falhas capilares, o dermatologista pode indicar suplementos, medicamentos ou tratamentos como microagulhamento, lasers e infusão de substâncias para estimular o crescimento dos fios”, finaliza a médica.
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