Compadre Washington foi hospitalizado por conta de uma crise hipertensiva. Crédito: Instagram/ @compadrewashington
O cantor Compadre Washington deu entrada em um hospital de Salvador na noite da última segunda-feira (26), por conta de uma crise hipertensiva. Segundo boletim médico, divulgado nesta terça-feira (27), o artista está clinicamente estável e com a pressão arterial controlada, mas seguirá em repouso na UTI, sem previsão de alta.
O baiano de 61 anos fez uma série de exames na unidade hospitalar. A alta deve acontecer apenas após a análise dos resultados, segundo os médicos. Compadre Washington precisou ser socorrido às pressas após se sentir mal em cima de um trio durante o arrastão dos ambulantes, na cidade de São Sebastião do Passé, na segunda (26). Depois receber os primeiros atendimentos no Hospital Municipal Albino Leitão, o vocalista de "É o Tchan" foi transferido para o Hospital Mater Dei, onde segue sem previsão de receber alta.
A cardiologista Fernanda Bento, da Rede Meridional, conta que a crise hipertensiva corresponde a um súbito aumento da pressão arterial. "A crise pode ocorrer de forma sem motivo identificável, ou secundária devido a inúmeros fatores como não tomar adequadamente os remédios de pressão, passar por momentos de estresse, disfunção aguda dos rins ou da tireoide".
Quando chegou ao hospital, a pressão arterial do artista atingiu o elevado número de 24/16, sendo que a pressão arterial normal é considerada 12/8. "O valor normal e ótimo da pressão arterial é igual ou menor que 120/80 mmHg; entre 120-129/80-89 mmHg ainda é considerado normal, porém, não ótimo", diz a médica. Entre 130-139/ 85-89 mmHg, é considerada pré-hipertensão. Acima de 140/90mmHg já se configura hipertensão arterial.
"O pico da pressão alta é sempre um sinal de alerta. Pode indicar um consumo excessivo de sal, tomada inadequada de medicações, disfunção de outros órgãos, dentre outros fatores"
Fernanda Bento
TRATAMENTO
A cardiologista explica que a crise hipertensiva pode ser o gatilho de eventos muito graves como um sangramento do sistema nervoso central (cérebro) ou a dissecação de aorta (afecção grave, com alto risco de mortalidade, devido a ruptura da artéria aorta). "Isso ocorre porque nosso sistema vascular não está preparado para níveis muito altos de pressão", diz Fernanda Bento.
As principais causas da crise hipertensiva são a não aderência a tratamento medicamentoso, uma dieta com muito sal e falta de atividade física.
Para tratar a crise hipertensiva, o paciente deve procurar um pronto-socorro, onde será medicado com anti-hipertensivos por via oral, ou mesmo venosos, a depender da gravidade
Para evitar o quadro de crises hipertensivas, é importante que o paciente portador de hipertensão arterial faça o uso regular das medicações prescritas pelo seu médico, mantenha uma dieta pobre em sódio e realize atividades físicas regularmente. "Também é importante evitar o uso de medicações anti-inflamatórias e corticoide, pois também podem causar o aumento da pressão. Também é muito importante que mantenha acompanhamento regular com seu cardiologista, a cada quatro meses, para reavaliação dos níveis pressóricos e possíveis ajustes terapêuticos", finaliza Fernanda Bento.
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