Administrador / [email protected]
Publicado em 23 de agosto de 2023 às 11:11
O jornalista Maurício Kubrusly, que ficou conhecido por conta de suas reportagens no quadro Me Leva Brasil, recebeu uma homenagem do Fantástico neste domingo (20). Atualmente, ele sofre com uma demência frontotemporal.
Em determinado momento do programa, Pedro Bial citou o colega: "Ele tinha um faro, uma sensibilidade para tocar aquilo... Maurício Kubrusly merece todas as nossas homenagens. Não só pelo Me Leva Brasil. Grande jornalista".
Em seguida, foi exibido um vídeo com imagens recentes do repórter, caminhando em uma praia do Nordeste. O trecho trouxe informações sobre seu estado de saúde. "Maurício Kubrusly hoje vive no sul da Bahia com a esposa, Beatriz Goulart, e com Shiva, o simpático cachorro que o acompanha na praia. Deixou sua São Paulo do coração para mergulhar na natureza depois que foi diagnosticado com Demência Fronto Temporal (DFT)".
"A memória se foi, mas, como ele sempre diz, permanece sua enorme paixão pela vida e pela gente brasileira", encerrou a homenagem a Kubrusly no Fantástico.
A reportagem revelou que o jornalista de 77 anos foi diagnosticado há alguns anos com demência frontotemporal (DFT). A doença é a mesma do ator Bruce Willis. "É uma doença degenerativa do cérebro, ou seja, é uma disfunção de todas as funções desempenhadas pelo cérebro como pensamento, apetite, comportamento, memorização e aprendizado. Além disso, essa disfunção cerebral vai ocorrendo lentamente, sempre avançando aos poucos, nunca regredindo", conta o neurologista Raphael Moreira Teixeira, do Vitória Apart Hospital.
O médico explica que o comportamento do paciente se torna claramente alterado. A pessoa que era reservada e quieta, passa a falar mais, é mais desinibida, tem a tendência a abraçar e beijar as pessoas, mesmo as que conheceu há pouco tempo. "E também tem o contrário, a pessoa que tinha uma personalidade mais expansiva, se torna mais apática, conversando com poucas pessoas. Juntamente com a alteração do comportamento, surge uma deficiência intelectual, com dificuldade para realizar algumas tarefas como escrever, usar eletrodomésticos e utensílios de uso pessoal, como escova de dentes, escova de cabelo", diz Raphael Moreira Teixeira.
Vanessa Loyola, neurologista da Rede Meridional, diz que a demência frontotemporal é um tipo de demência em que as capacidades mais comprometidas são as funções de execução como planejar, fazer coisas de maneira sequencial, de tomar decisões, inclusive em relação ao seu comportamento social. "Os principais sintomas são alterações no comportamento da pessoa. Como exemplo, temos aquelas pessoas que, na terceira idade, começam a ter um comportamento muito diferente do que tiveram ao longo da vida, em geral inadequado, e também perdem a capacidade de planejar e executar tarefas".
A doença não tem cura. "O tratamento visa dar conforto ao paciente e à sua família, proporcionando uma melhor qualidade de vida e também amenizar os sintomas. Muitos pacientes ficam agitados, outros ficam apáticos, alguns têm distúrbios do sono", diz Vanessa Loyola. O médico Raphael Moreira Teixeira diz que o tratamento se concentra em controlar os sintomas do comportamento e do humor, quando são necessários. "O que traz mais benefício ao paciente é o envolvimento da família nos cuidados do dia a dia para ajudá-lo a realizar suas rotinas diárias", finaliza.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta