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Publicado em 17 de maio de 2023 às 09:26
A dona de casa Quezia Romualdo, de 29 anos, descobriu na última semana que está grávida de sêxtuplos. Ela e o marido, o marceneiro Magdiel Costa, de 31 anos, receberam a notícia no último dia 11 de maio durante o exame de ultrassonografia. Ela disse que ficou em choque com a notícia. “Eu estava completamente em choque. Fique assustada porque não estava preparada. Na hora, bateu um nervosismo. Saí da clínica chorando. Meu marido ficou branco e saiu da sala”, conta. Quezia contou a sua história no "Encontro com Patrícia Poeta", da TV Globo.
O casal já tem uma filha, de 5 anos. Existem casos de gêmeos na família de Magdiel. Sêxtuplo, é o primeiro. “A gente estava esperando um ou dois bebês de vez. É que, da parte da minha família, a gente tem parente com gêmeos. Seis? Isso surpreendeu a gente. Quanto ao sexo deles, só vamos publicar depois que nascer. Hoje, minha esposa está com sete semanas de gravidez”, disse o marceneiro.
Um gravidez de seis filhos é considerada de altíssimo risco mas, com acompanhamento adequado, é possível contornar os contratempos. O obstetra Thiago Martinelli, especialista em gestação de alto risco e medicina fetal é o médico de Quezia Romualdo. "A gestação múltipla sempre tem mais risco que uma gestação única pois, em quase todos os aspectos, ela leva um risco maior de complicações, tanto maternas quanto fetais. Ou seja, as doenças e as complicações na gravidez aparecem mais nesse tipo de gestação".
O médico do São Bernardo Apart Hospital conta que a gravidez é considerada ainda mais rara e de altíssimo risco. "Quanto maior o número de fetos, mais raro e mais complicado fica. Como eles dividem o mesmo espaço e circulação sanguínea, as complicações são mais frequentes".
A principal preocupação é a prematuridade. "Mas todas outras doenças têm um risco maior. O risco de aborto, do diabetes, da pré-eclampsia, todos são aumentados na gestação múltipla", conta Thiago Martinelli.
A ginecologista e obstetra Nayara Raissa da Matta, da Unimed Vitória, conta que uma gestação trigemelar ou mais agrava o risco materno e perinatal proporcionalmente ao número de fetos. "Existe maior risco de aborto (incidência duas vezes maior de perda única ou da gestação inteira) e maior parto prematuro".
Entre as complicações mais comuns para as mães em uma gestação múltipla estão o diabetes gestacional, a hipertensão e a pré-eclâmpsia. "Essas são as principais complicações maternas na gestação gemelar, além do risco de mortalidade materna duas vezes maior que em gestações únicas, devido ao maior risco de hemorragia pós-parto", diz a médica.
Em relação ao tempo limite que os bebês ficam dentro da barriga, Thiago Martinelli conta que, normalmente, é avaliado cada caso e decidido o parto no momento oportuno. "Como sêxtuplos são raros, não existe um protocolo bem definido para a idade ideal".
Os médicos explicam que a medicina está muito avançada e, com um pré-natal adequado e uma equipe experiente em múltiplos, o risco será calculado e, o que não puder ser evitado, será controlado. " O pré-natal visa justamente diminuir os riscos e prevenir doenças. Na gestação de alto risco, trabalhamos da mesma forma, tentando prevenir e tratar rapidamente as intercorrências possíveis de serem tratadas. O acompanhamento conjunto da medicina fetal, que avalia a situação e controla a saúde dos fetos, também é importantíssimo nos casos de gestação múltipla, assim como acompanhamento multidisciplinar com nutricionista, pediatria hospitalar e até psicólogo", diz Thiago Martinelli.
Nayara Raissa da Matta conta que um bom acompanhamento ultrassonográfico também é necessário para datação correta da gestação e avaliação de parâmetros de crescimento e bem-estar dos fetos. "As consultas com obstetras são mais frequentes no intuito de diminuir risco e, caso haja risco, seja tratado com mais eficácia para diminuir risco materno e fetal", finaliza a médica.
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