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Febre maculosa: médicos explicam como tirar um carrapato do corpo com segurança

É preciso ter muito cuidado ao tentar remover o carrapato. As pessoas nunca devem espremer, pois isso pode provocar a inoculação da bactéria no corpo. Também não se deve esmagar o carrapato com as unhas

Publicado em 16 de junho de 2023 às 12:31

Carrapato sendo retirado da pele com pinça
O recomendado é utilizar uma pinça para agarrá-lo e removê-lo cuidadosamente Crédito: Shutterstock

A morte pessoas em São Paulo por febre maculosa após evento em fazenda de Campinas tem chamado atenção para o diagnóstico. A doença rara é transmitida pelo carrapato-estrela quando o bicho está infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii. A Prefeitura de Campinas confirmou que há um surto da doença na Fazenda Santa Margarida - espaço onde a festa foi realizada - e os eventos no local estão suspensos.

Apesar do número de mortes, não há razão para pânico. Para a transmissão ocorrer, o carrapato precisa estar fixado à pele do indivíduo por pelo menos quatro horas.

"A febre maculosa é uma doença causada pela bactéria Rickettsia rickettsii. Uma zoonose, ou seja, doença infecciosa transmitida entre animais e pessoas, presente geralmente em ambientes rurais ou periurbanos. Doença com grande potencial de gravidade que, apesar de não ser frequente, apresenta altas taxas de mortalidade em acometidos", explica o infectologista Lorenzo Nico Gavazza, da Rede Meridional. 

O médico explica como acontece a transmissão da doença. "Acontece através da picada de carrapatos do gênero Amblyomma, conhecido popularmente por carrapato-estrela, carrapato do cavalo ou micuim, que parasita cavalos, bois e animais silvestres, sendo o principal animal reservatório e perpetuador da infecção a capivara, que cada vez é mais visto próximo a ambientes urbanos e serve como meio eficaz de infecção para novos carrapatos que podem transmitir a doença ao homem", diz Lorenzo Nico Gavazza. 

"Quando identificado o carrapato no corpo, deve-se retirá-lo o mais rápido possível, com auxílio de pinça, sem esmagá-lo, o que pode aumentar o risco de contaminação"

A infectologista Ana Carolina D'Ettorres, da Unimed Vitória, conta que o carrapato-estrela é hospedeiro da bactéria que provoca a febre maculosa. "Por isso, ela pode ser transmitida por meio da mordida do carrapato. É preciso ter muito cuidado ao tentar remover o carrapato. As pessoas nunca devem espremer, pois isso pode provocar a inoculação da bactéria no corpo. Também não se deve esmagar o carrapato com as unhas, pois isso pode contaminar as mãos e causar infecção".

A médica explica a forma correta de se remover o carrapato: "é utilizar uma pinça para agarrá-lo e removê-lo cuidadosamente, puxando-o. Depois, mergulhar o carrapato no álcool após a remoção e desprezar no vaso sanitário. Limpar a área mordida com água e sabão ou álcool e lavar bem as mãos", diz Ana Carolina D'Ettorres.

TRATAMENTO

A febre maculosa pode gerar sintomas leves como mal-estar, dores de cabeça e no corpo, febre alta e manchas avermelhadas difusas muito específicas, mas que pode evoluir para quadros graves sistêmicos de sangramentos cutâneos ou de órgãos, queda abrupta de pressão arterial, lesão pulmonar, perda de função dos rins, acometimento cerebral com convulsões e até coma. 

A medida mais eficaz e recomendada é a prevenção de contato com o carrapato vetor. "É recomendado o uso de vestimentas de proteção ao andar em ambientes rurais ou semiurbanos, o uso de repelentes específicos e a inspeção de todo o corpo em busca de carrapatos após exposição a esses ambientes. É necessário longo período de contato do carrapato com a pele (de 4 a 8 horas) para transmissão da doença", diz Lorenzo Nico Gavazza. 

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