Fertilização in vitro: entenda o tratamento que será feito por Ludmilla e Brunna

Para os casais formados por duas mulheres, o material genético masculino vem da doação de sêmen. No entanto, é preciso escolher qual das duas futuras mães vai doar os óvulos e carregar o embrião

Publicado em 06/11/2023 às 16h58
A cantora Ludmilla e a esposa, a dançarina Brunna Gonçalves

Ludmilla e Brunna Gonçalves começam processo de gravidez por fertilização in vitro. Crédito: Reprodução/Instagram @brunnagoncalves

A cantora Ludmilla e a esposa Brunna Gonçalves irão aumentar a família em breve. O casal iniciará o tratamento de fertilização in vitro em uma clínica de reprodução humana em Miami, nos Estados Unidos.

Juntas há 6 anos, elas nunca esconderam a vontade de ser tornarem mães, porém, as agendas de compromissos limitavam a ideia. O assunto que ainda gera muitas dúvidas é de que forma casais homoafetivos podem realizar o sonho de terem um bebê que tenha as características dos dois pais ou das duas mães. As técnicas de medicina reprodutiva e as recentes resoluções do Conselho Federal de Medicina (CFM) têm ajudado inúmeros casais na realização deste sonho.

“Uma dessas resoluções aconteceu no ano de 2021, em que foi permitido que familiares de até 4º possam doar seus gametas para ajudar no tratamento de um casal homoafetivo, desde que não incorra em consanguinidade”, afirma o médico Nilo Frantz, especialista em reprodução humana. 

O QUE É A FERTILIZAÇÃO IN VITRO?

O tratamento de reprodução assistida mais indicado para casais homoafetivos é a fertilização in vitro, conhecida como FIV. Porém, é necessário que o casal passe por um longo processo, já que o tratamento possui muitos detalhes. “Para os casais formados por duas mulheres, o material genético masculino vem da doação de sêmen. No entanto, é preciso escolher qual das duas futuras mães vai doar os óvulos e carregar o embrião”, explica Frantz.

O especialista conta que também pode ser feita a gestação compartilhada, caso as mulheres não tenham problemas de infertilidade. Neste caso, uma das mulheres doaria os óvulos e a outra gestaria. “Como a idade é um dos principais fatores que interferem na qualidade dos óvulos, é aconselhável que se opte pelo material genético da parceira mais jovem”, ressalta Frantz.

Não é apenas a mãe que doou os óvulos que poderá transmitir suas características ao filho, a mãe que gestou também conseguirá. De acordo com estudos, a epigenética ajuda nesta construção, ajudando no desenvolvimento e na formação do bebê desde o útero.

Já as etapas do procedimento ocorrem como em outras situações de fertilização in vitro, a mulher passa por uma estimulação ovariana, que ajuda com que ela possa liberar o maior número de óvulos, em seguida os óvulos são coletados para serem fecundados com os espermatozoides em laboratórios. Os espermatozoides podem ser usados do banco de sémen da clínica escolhida, ou então de um parente de até 4º de uma das duas.

OPÇÕES

O médico Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana, conta que a reprodução assistida de casais homoafetivos é legal no Brasil desde 2015 graças a uma resolução do CFM. "E, devido à burocracia no processo de adoção, a busca desse público por clínicas de reprodução humana tem aumentado muito nos últimos anos”.

No caso de casais homoafetivos do sexo feminino, o processo de reprodução assistida é mais simples do que o de casais masculinos, visto que é apenas necessária a doação do sêmen, que, assim como a doação do óvulo, é feita de forma anônima por meio de bancos do material. “Com o sêmen, o casal pode optar por dois métodos: a Fertilização In Vitro (FIV) ou a Inseminação Intrauterina (IU)”, detalha o especialista.

Na FIV, o óvulo é fecundado em laboratório e inserido no interior do útero de uma das integrantes do casal, que vai gestar a criança. “Após cerca de 15 dias já é possível verificar o sucesso do procedimento”, diz o especialista. Além disso, o casal homoafetivo feminino que optar pela fertilização in vitro ainda pode realizar uma gestação compartilhada, processo no qual uma das mulheres cede o óvulo enquanto a outra é a responsável por gestar o bebê.

A outra opção para casais homoafetivos do sexo feminino é inseminação intrauterina, popularmente conhecida como inseminação artificial. “O procedimento consiste, basicamente, na inserção do espermatozoide doado na cavidade do útero durante o período de ovulação da mulher para que a fecundação ocorra naturalmente, sendo que, em alguns casos, é necessário que a ovulação seja previamente estimulada por meio de tratamento medicamentoso”, diz Rodrigo Rosa.

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