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Publicado em 26 de abril de 2023 às 16:15
Hábitos comportamentais estão entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento da hipertensão arterial ou "pressão alta", como a doença é popularmente conhecida. Por ser silenciosa e ter graves consequências, a data de 26 de abril foi instituída como o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial para mobilizar e alertar a população sobre a importância de manter um estilo de vida saudável e realizar exames periódicos para detectar a hipertensão arterial.
Dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) apontam que mais de 30% da população brasileira é acometida pela hipertensão arterial. A doença é considerada um problema de saúde pública e de acordo com o Ministério da Saúde, via Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), de 2010 a 2020, foram registradas 551.262 mortes por doenças hipertensivas, sendo 292.339 em mulheres e 258.871 em homens.
Um outro relatório do Ministério da Saúde também revelou que o número de adultos com diagnóstico médico de hipertensão aumentou 3,7% em 15 anos no Brasil. Os índices saíram de 22,6% em 2006 a 26,3% em 2021. O relatório mostra ainda um aumento na prevalência do indicador entre os homens, variando 5,9% para mais.
A cardiologista Rovana Agrizzi, da Unimed Vitória, explica que a hipertensão geralmente não dá sintomas. "Para suspeitar do problema, é preciso aferir a pressão, não podemos nos guiar por sintomas pois é uma condição, na maioria das vezes, assintomática. Pode existir dor de cabeça, dor na nuca, alterações visuais, tonteiras, mas isso ocorre na minoria dos casos".
Considerada o principal fator de risco para as doenças cardiovasculares, a hipertensão arterial, quando não controlada, leva a complicações como insuficiência cardíaca, insuficiência renal e acidente vascular cerebral.
A hipertensão arterial faz parte do grupo das Doenças Crônicas não Transmissíveis e pode ser primária, quando geneticamente determinada, ou secundária, quando decorrente de outros problemas de saúde, como doenças renais, da tireóide ou das suprarrenais. Rovana Agrizzi diz que a hipertensão arterial primária, que é mais comum nos pacientes, não tem uma única causa. "Existem fatores genéticos (herdados) e fatores ambientais como a alimentação, a exposição ao estresse, o fumo e a bebida alcoólica".
Caracteriza-se pela elevação sustentada dos níveis de pressão arterial, acima de 140×90 mmHg (milímetro de mercúrio), popularmente conhecida como 14/9 – o primeiro número se refere à pressão máxima ou sistólica, que corresponde à contração do coração; o segundo, à pressão do movimento de diástole, quando o coração relaxa. Em crianças e adolescentes, serão considerados valores acima de 120/80 mmHg.
Ela integra um grupo de doenças passíveis de serem evitadas por meio de hábitos modificáveis relacionados ao consumo de álcool, tabaco, alimentação inadequada e sedentarismo, considerados fatores de risco para o desenvolvimento da doença.
“O estilo de vida tem grande influência no desenvolvimento da hipertensão arterial. Procurar equilíbrio entre o trabalho e a convivência com a família, somado a hábitos saudáveis como não abusar do sal, utilizando temperos que ressaltam o sabor dos alimentos, praticar atividade física regular, aproveitar momentos de lazer, abandonar o cigarro e, se consumir bebida alcoólica, fazê-lo com moderação, será determinante na prevenção desta doença que pode desencadear o surgimento de vários problemas cardiovasculares”, explica a cardiologista Sueli Vieiras, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.
Na maioria dos casos, a hipertensão arterial é de origem multifatorial, estando associada aos fatores de risco modificáveis e não modificáveis, os quais interferem no curso da doença. Estão associados ao surgimento da hipertensão: obesidade, sedentarismo, alimentação, glicemia elevada, colesterol e/ou triglicérides elevados e estresse.
O sobrepeso e a obesidade podem acelerar em até 10 anos o aparecimento da doença. O consumo exagerado de sal associado a hábitos alimentares não adequados também são fatores destacados. São reconhecidos como fatores não modificáveis para a hipertensão arterial: sexo, idade, etnia e história familiar. Há uma associação direta entre envelhecimento e prevalência da doença.
As principais complicações da hipertensão são derrame cerebral, também conhecido como AVC, infarto agudo do miocárdio e doença renal crônica. Além disso, a hipertensão pode levar a uma hipertrofia do músculo do coração, causando arritmia cardíaca. Os olhos podem sofrer problemas na retina e as pernas podem ter “entupimentos” dos vasos que levam o sangue (pelas artérias), com dores principalmente na panturrilha devido aos esforços.
A hipertensão, na grande maioria dos casos, não tem cura, mas pode ser controlada. "O tratamento é tanto farmacológico, com medicamentos anti-hipertensivos, como também não farmacológico, que consiste nas mesmas ações de prevenção contra a doença", diz a cardiologista Rovana Agrizzi.
É imprescindível a adoção de um estilo de vida mais saudável, com mudança de hábitos alimentares, redução no consumo de sal, atividade física regular, não fumar, moderar o consumo de álcool, entre outros. É fundamental consultar um médico e diagnosticar a origem do problema, para que seja introduzido o tratamento adequado.
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