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Publicado em 18 de agosto de 2023 às 17:08
O apresentador Fausto Silva está internado desde o dia 5 de agosto no hospital Albert Einstein, em São Paulo, após apresentar um quadro de insuficiência cardíaca. Segundo informações do jornalista Daniel Castro, do Notícias da TV, o apresentador terá que passar por uma cirurgia de emergência no coração.
Em 2018, ele se submeteu a uma angioplastia, para desobstruir uma artéria e receber dois stents. Ele é acompanhado por Fernando Bacal, considerado um dos maiores cardiologistas do país. Em 2021, o apresentador passou por um procedimento cirúrgico para remover um cateter de diálise. "Ele esteve no Einstein hoje, mas para fazer uma cirurgia para tirar um cateter que estava usando no tratamento que ele estava fazendo [problema renal]. Graças a Deus, ele está ótimo agora. Já está em casa de alta. Era para diálise, mas está livre", contou Luciana Cardoso, mulher do comunicador, na ocasião.
Na época, surgiram rumores de que Faustão teria dado entrada no hospital para uma cirurgia no coração, mas Luciana revelou que tal procedimento fora realizado em 2020. "Marcapasso ele colocou em dezembro", contou ela.
A insuficiência cardíaca ocorre quando o coração se torna incapaz de bombear adequadamente o sangue para nutrir o corpo. "A insuficiência cardíaca é uma doença que se caracteriza por deficiência do coração em enviar fluxo de sangue suficiente para oferecer nutrientes e oxigênio para os órgãos e tecidos (coração mais fraco), ou seu enchimento é feito à custa de pressões mais elevadas com aumento da pressão do sangue na circulação pulmonar ou veias sistêmicas (coração mais rígido)", explica o médico Edimar Bocchi, do InCor.
O profissional conta que os sintomas da doença incluem dificuldades respiratórias, fraqueza, cansaço e pernas inchadas. "O aumento das pressões e da quantidade de líquidos na circulação do pulmão e veias pode determinar a falta de ar (dificuldade para respirar quando faz exercício ou mesmo em repouso), a falta de ar quando deitado, o inchaço nas pernas, no abdômen e veias no pescoço salientes. O enfraquecimento pode determinar palidez, taquicardia, diminuição da quantidade de urina, astenia, cansaço geral, arritmia, queda da pressão arterial e morte, se não tratada", conta
A insuficiência cardíaca é a via final das doenças do coração. Quando o paciente tem doença do coração e não tem morte súbita ou não morre de outra causa não cardíaca, vai ter insuficiência cardíaca. "A pessoa deve procurar um médico quando apresentar qualquer um dos sintomas. Ou quando for portador de doença do coração. Os pacientes devem fazer exames periódicos para diagnóstico de possível insuficiência cardíaca para tratamento o mais precoce possível", diz Edimar Bocchi.
A doença também é popularmente chamada de coração fraco. Trata-se de uma doença potencialmente grave e que afeta de forma significativa a qualidade de vida, com altas taxas de incapacidade e mortalidade.
Segundo a cardiologista Daniele Salas, a insuficiência cardíaca é resultado de todos os fatores que agridem o coração ao longo dos anos. "Tudo que prejudica o coração é uma causa potencial para a pessoa desenvolver a doença. Contudo é importante destacar que existem causas não evitáveis para o desenvolvimento da insuficiência cardíaca, como doenças genéticas e autoimunes que afetam o coração”.
A médica reforça que a insuficiência cardíaca não aparece do dia para a noite. "Os sintomas podem passar despercebidos. A pessoa pode atribuir os sintomas a outras condições. A medida em que a doença se agrava, os sintomas pioram e levam o paciente a buscar ajuda”, diz Daniele Salas.
A insuficiência cardíaca pode afetar um ou ambos os lados do coração. “Para cada lado, há sintomas específicos. Quando o lado direito é afetado, o fluxo de sangue para o coração fica lento. A partir disso, o sangue acumulado causa inchaço nas pernas, barriga e dilatação das veias do pescoço”.
No lado esquerdo do coração, a insuficiência cardíaca está relacionada à dificuldade do coração em enviar o sangue rico em oxigênio para o corpo. "Outra implicação é que o fluxo do sangue que volta dos pulmões para o coração fica lentificado. Isso prejudica a troca de oxigênio e causa o acúmulo de líquido nos pulmões, chamado de edema pulmonar”, diz Daniele Salas.
"O tratamento mais precoce, principalmente com beta-bloqueadores, pode estar associado com reversão do comprometimento cardíaco ou estabilização do quadro clínico", diz Edimar Bocchi.
Daniele Salas conta que o tratamento vai depender de uma série de fatores como estágio da doença, idade do paciente, gravidade dos danos e presença de doenças sistêmicas que afetam o funcionamento do sistema cardiovascular, bem como condições que são consequência da insuficiência cardíaca como o edema pulmonar e a anemia.
Além do tratamento medicamentoso, há casos que podem evoluir para cirurgias, implantes de stents e marca-passo. Nos casos mais extremos, o paciente pode ter indicação para o transplante de coração.
“Um dos pontos mais importantes do tratamento da insuficiência cardíaca é a mudança do estilo de vida. Isso significa que tudo que danifica o coração e a saúde como um todo precisa ser alterado para melhorar a qualidade de vida e impedir a progressão da doença”, finaliza Daniele Salas.
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