Intolerância à lactose: saiba como identificar os sintomas mais comuns

A médica Livia Pandolfi explica como observar os principais sintomas após o consumo de alimentos com grande concentração de lactose

Cólica e diarreia  são sintomas comuns da intolerância à lactose

Cólica e diarreia são sintomas comuns da intolerância à lactose. Crédito: Pixabay

Seja no leite, no iogurte ou nos sorvetes, a lactose está presente em diversos alimentos do nosso dia a dia. E saber como o nosso sistema digestivo funciona é fundamental para evitar um possível mal estar e até mesmo outras complicações. Mas antes de tudo, é importante entender o que é a intolerância à lactose e como identificar o seu quadro.

A intolerância à lactose é um distúrbio digestivo que se caracteriza pela dificuldade que o organismo tem em digerir, de forma parcial ou completa, o açúcar existente no leite e produtos derivados. O problema ocorre quando não há a produção (ou quando a produção acontece em baixas quantidades) de uma enzima digestiva chamada lactase, responsável por quebrar e decompor a lactose.

Como consequência, a substância chega até o intestino grosso sem alterações. A partir desse momento, a lactose se acumula e sofre uma fermentação de bactérias que fabricam ácido e gases, causando retenção de água e provocando o aparecimento de diarreias e cólicas. É importante ressaltar que o nível de intensidade desses sintomas vai depender da concentração de lactose de cada alimento.

Segundo a gastroenterologista da Unimed Vitória, Livia Pandolfi, o primeiro passo para identificar a intolerância à lactose é observar os sintomas clínicos do paciente, como o aparecimento de distensão, gases, diarreia, dores abdominais e náuseas, minutos ou horas após a ingestão de leite e derivados.

A intolerância à lactose é um distúrbio digestivo que se caracteriza pela dificuldade que o organismo tem em digerir o açúcar existente no leite

A intolerância à lactose é um distúrbio digestivo que se caracteriza pela dificuldade que o organismo tem em digerir o açúcar existente no leite . Crédito: Pixabay

TIPOS DE INTOLERÂNCIA

Existem três tipos de intolerância à lactose: a congênita, que é rara e se manifesta logo após o nascimento, impedindo o aleitamento materno; a secundária, que ocorre após a inflamação do intestino delgado motivada por gastroenterites virais, alergia à proteína do leite, doença celíaca e doenças inflamatórias intestinais; e o terceiro tipo é o adulto, uma deficiência primária que afeta a maioria das pessoas por ser de natureza genética, e que causa uma redução na produção de lactase ao longo do tempo.

Há exames disponíveis para a confirmação do quadro. O mais usado é um exame de sangue realizado após a ingestão de um líquido com lactose. Apesar de ser mais acessível ele é menos confiável que o teste do hidrogênio espirado, chamado de padrão ouro.

COMO É O TRATAMENTO

A melhor forma de lidar com a intolerância é ter a confirmação por meio do diagnóstico e entender que não é necessário excluir totalmente o leite e os derivados da alimentação. De acordo com a médica, o paciente deve fazer o uso da enzima lactase nos momentos que desejar comer produtos com maior concentração de lactose.

A melhor forma de lidar com a intolerância é ter a confirmação por meio do diagnóstico

A melhor forma de lidar com a intolerância é ter a confirmação por meio do diagnóstico. Crédito: Pixabay

“O paciente precisa conhecer os alimentos com maior teor de lactose e identificar qual é o seu nível de tolerância, porque muitas pessoas toleram uma pequena quantidade. Sempre que for possível, precisará reduzir o consumo de alimentos que são ricos em lactose, principalmente leite, iogurtes e sorvetes, e passar a consumir produtos sem a substância. Além disso, deve-se fazer o uso da enzima lactase quando bater a vontade de consumir alimentos com maior concentração de lactose”, ressaltou Livia.

Livia alerta ainda que a infecção intestinal e outras situações que afetam o intestino podem ter relação com a intolerância à lactose, comprometendo a produção de lactase no organismo.

“Esse é o tipo de intolerância conhecido como secundária. Ela ocorre após uma inflamação no intestino, danificando o revestimento interno, que é exatamente o local de produção da enzima lactase, comprometendo esse processo. Com a recuperação e melhora dessa condição inflamatória, as células se regeneram e após um tempo a pessoa volta a conseguir digerir a lactase”, reforçou a médica.

É importante o paciente identificar se a exclusão da lactose da dieta realmente ocasiona uma melhora dos sintomas. Caso não haja melhora após esse tratamento, é necessário investigar outros problemas que geram os mesmos sintomas, como a síndrome do intestino irritável, supercrescimento bacteriano do intestino e parasitoses, por exemplo.

INTOLERÂNCIA X ALERGIA

Apesar de muitas pessoas confundirem intolerância com alergia, os dois problemas são diferentes. O primeiro é caracterizado pela dificuldade do organismo em quebrar a lactase. Já o segundo é uma resposta descontrolada do sistema imunológico a uma proteína específica do leite da vaca. O ataque das células de defesa motiva manifestações em todo o corpo, como falta de ar, tosse, manchas na pele, coceira e inchaço nos lábios. A alergia, geralmente, é mais perigosa.

Não é possível reverter a queda na produção da lactase, mas é bom lembrar que o correto funcionamento dos órgãos digestivos influencia na digestão da lactose. A recomendação é ter um cardápio variado com verduras, frutas e cereais integrais que facilitam o trânsito intestinal. Apesar de ter a presença de lactose não digerida, um organismo mais saudável é menos propenso a sofrer com gases e cólicas.

*Com informações da Unimed

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