Jojo Todynho exibe Ozempic na rede social. Crédito: Reprdoução @jojotodynho
A cantora Jojo Todynho gravou um vídeo na segunda-feira (20) em que exibe uma caneta de Ozempic (semaglutida). "Sabe o que é isso aqui, gente? Meu Ozempic, que eu tomo, né, duas vezes na semana", disse a artista com o produto.
Mesmo falando de outros assuntos no vídeo, muitos seguidores focaram no uso da caneta, uma vez que a cantora já revelou estar seguindo um protocolo de emagrecimento. Diversos comentários sobre o uso off-label da droga, indicada para quem tem diabetes tipo 2, apareceram na publicação. Diante do cenário, abricante do Ozempic, a Novo Nordisk, publicou um comunicado dizendo não apoiar a “promoção de informações de caráter off label, ou seja, em desacordo com a bula de seus produtos”.
Em nota, o laboratório esclareceu que o Ozempic é indicado, em conjunto com dieta e exercícios, exclusivamente, para o tratamento de pacientes adultos com diabetes tipo 2 não satisfatoriamente controlada (ou seja, quando o nível de açúcar no sangue permanece muito alto).
“Nesta segunda-feira, 20 de março, a cantora e apresentadora Jojo Todynho fez comentário em seu perfil de rede social a respeito do uso do medicamento Ozempic®️ (semaglutida). A Novo Nordisk esclarece que o Ozempic®️ (semaglutida) é um medicamento indicado, em conjunto com dieta e exercícios, exclusivamente para o tratamento de pacientes adultos com diabetes tipo 2 não satisfatoriamente controlada (ou seja, quando o nível de açúcar no sangue permanece muito alto) (...) É importante ressaltar que a companhia não endossa ou apoia a promoção de informações de caráter off-label, ou seja, em desacordo com a bula de seus produtos”, diz o comunicado da empresa.
O alerta é feito pois a empresa tem visto um aumento de compartilhamentos sobre o efeito do Ozempic para perder peso. Até o comediante norte-americano Jimmy Kimmel falou sobre a droga durante a cerimônia do Oscar. "Todo mundo parece tão bonito. Quando olho em volta desta sala, não posso deixar de me perguntar: 'Ozempic é certo para mim'?'", disse para a plateia.
CUIDADOS
Vale lembrar que, além de tratar o diabetes tipo 2 e reduzir a produção de insulina no sangue - que é a proposta do medicamento -, o Ozempic reduz o esvaziamento gástrico fazendo com que a digestão fique mais lentificada, promovendo saciedade.
"Ele tem uma ação melhor para controlar a glicemia se for associado a dieta e exercícios. E também é utilizado junto a outras medicações para diabetes quando, sozinho, não consegue controlar os níveis glicêmicos", explica a endocrinologista Gisele Lorenzoni. Entre os efeitos colaterais mais comuns, estão a náusea, o vômito, a constipação (intestino preso) e a queimação.
Por causa do 'efeito secativo', o Ozempic passou a ser indicado “off label” (fora da bula) por médicos, apesar de não ter aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nem da empresa que o fabrica, para ser usado visando o emagrecimento. Porém, a endocrinologista alerta que só vale a pena tomar após criteriosa avaliação individual do paciente.
"Só podemos prescrever uma medicação se houver respaldo científico e avaliação criteriosa do paciente. É preciso estar atento ao princípio ativo do medicamento – no caso, a semaglutida – e assim, quem for alérgico a esse substância ou outras na fórmula, quem tem problemas no fígado, histórico de carcinoma medular de tireoide, pacientes com diabetes 1 e gestantes não podem usar", diz Gisele Lorenzoni.
A endocrinologista Claudia Chang explica que a semaglutida é um análogo do GLP1, hormônio produzido no intestino após a ingesta de alimentos. "Além da ação no pâncreas - estimulando a produção de insulina quando a glicemia está alta -, a droga também atua no centro da fome na região hipotalâmica. Além disso, também há uma redução do esvaziamento do estômago o que leva a uma maior saciedade", diz.
A endocrinologista lembra que todas as medicações, sejam ela “on label” ou “off label”, devem ser prescritas somente pelo médico e acompanhadas. O “off label” significa fora da indicação de bula. Na medicina, é comum acontecer de um remédio ser criado para um determinado fim e se descobre depois que ele também teria outra atuação.
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