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Publicado em 30 de outubro de 2023 às 16:42
O cantor e compositor Jorge Aragão anunciou a remissão completa do câncer - um linfoma não Hodgkin (LNH) - do qual vinha se tratando desde julho.
A informação foi confirmada por sua assessoria de imprensa e também pela hematologista Caroline Rebello, que vinha cuidando do artista. “O paciente Jorge Aragão apresenta remissão completa no último Perscan realizado e só está faltando o último cacicai, previsto para ser realizado no dia 1º de novembro, para terminar o tratamento”, diz a nota.
O cantor falou sobre seu estado de saúde durante sua participação no Domingão com Huck, que foi ao ar no domingo (29/10). "Não foi fácil, mas Deus me deu guerra para lutar, ele me deu armas para brigar contra tudo isso", disse.
Jorge Aragão comemorou o fato de estar praticamente curado da doença. "Faço esta semana, na quarta-feira (1º), a última sessão de quimioterapia. Já está em remissão, graças a Deus".
O hematologista Douglas Covre Stocco explica que o câncer está em remissão completa durante o período em que o paciente não apresenta mais nenhum sinal ou sintoma da doença, não sendo possível detectá-la por exames.
"Mesmo nessas condições, não é possível considerar o indivíduo curado, já que, ainda há o risco de a doença voltar. Isso pode acontecer em doenças como leucemias, linfomas e mielomas", diz o médico.
A cura ocorre quando o câncer é totalmente erradicado, mas só é possível saber isso depois de ao menos cinco anos sem sinal da doença. Antes disso, o termo correto a ser usado é "remissão".
"A remissão é quando o risco de recidiva da doença de base cai praticamente a zero. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), embora não haja consenso, costuma-se considerar curado o paciente que atinge o marco de cinco anos sem evidência de doença após o tratamento", conta Douglas.
O hematologista ressalta que os pacientes com remissão completa precisam continuar fazendo o acompanhamento médico, pois existem tumores com chance de recidiva nos primeiros anos, principalmente nos primeiros cinco. Mesmo aqueles que não recidivam nesse período devem ser monitorados.
"O acompanhamento é feito por consulta, exame clínico, avaliação dos sinais e sintomas do paciente, quando houver; avaliação, palpação das cadeias linfonodais e exame de sangue. A gente não faz exame de imagem periodicamente para a maioria dos linfomas, mas o acompanhamento é fundamental", completa Stocco.
De acordo com o Inca, o linfoma não Hodgkin (LNH) é um tipo de câncer que tem origem nas células do sistema linfático e que se espalha de maneira não ordenada. Douglas Covre Stocco conta que os LNH formam um grupo complexo de mais de 80 tipos distintos da doença.
Após o diagnóstico, a doença é classificada de acordo com o tipo de linfoma e o estágio em que se encontra (extensão). "O LNH pode atingir linfonodos e órgãos que ficam fora do sistema linfático, sendo os locais mais frequentes a medula óssea, o trato gastrointestinal, a nasofaringe, a pele, o fígado, os ossos, a tireoide, o sistema nervoso central (relacionado ao HIV), o pulmão e a mama", explica o médico.
O linfoma não Hodgkin é dividido em diferentes subtipos, mas os sinais costumam ser parecidos entre eles, como aumento do baço, perda de peso sem motivo aparente, febre, coceira na pele, suor noturno, fadiga e aumento de linfonodos (gânglios), em especial na região do pescoço, da virilha e das axilas.
A medicina tem avançado nos tratamentos de linfoma não Hodgkin, por isso as chances de cura são de 60 a 70%, em média. É muito importante que a doença seja descoberta logo no início. As opções de tratamento são quimioterapia, terapia alvo, imunoterapia, radioterapia e CART-Cell.
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