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Publicado em 4 de setembro de 2023 às 16:35
O ator Kayky Brito permanece internado e sedado na UTI do hospital Copa D'or, no Rio de Janeiro. Nesta segunda-feira (4), o ator passou por uma cirurgia de fixação de fratura da pelve e do braço direito. O boletim divulgado pela unidade indica que ele está "sedado, em ventilação mecânica e sob cuidados da equipe assistente na UTI". O ator foi atropelado na madrugada de sábado (2).
A atriz Sthefany Brito, que acompanha o estado de saúde do irmão, agradeceu por ele estar lutando pela própria vida. “Eu te amo com toda a força da minha alma. Nós escolhemos vir juntos nessa vida, nessa família, porque com certeza sempre estivemos juntos em todas as outras. Eu não existo sem você. Estou aqui de joelhos, implorando a Deus que continue cuidando de você. Obrigada por estar lutando, por estar sendo guerreiro! A gente precisa de você! Calmo e forte, você daí e nós aqui, sem medir esforços para sua recuperação”, disse Sthefany.
Kayky foi diagnosticado com politraumas pelo corpo e um traumatismo craniano, que é o que mais preocupa os médicos. Apesar de politraumatismo, a coluna do ator foi preservada. O atropelamento foi registrado por câmeras de segurança do quiosque na Praia da Barra da Tijuca.
Traumatismo craniano é todo tipo de lesão do osso craniano, do cérebro, dos vasos ou nervos que é provocada por um mecanismo traumático ou violento, como um impacto ou um projétil. A lesão pode ser leve, moderada ou grave. "Os principais riscos são as lesões do próprio cérebro (sangramentos e contusões), as quais podem deixar sequelas graves ou levar ao óbito mesmo com o melhor tratamento. Outros riscos mais tardios incluem infecções, hidrocefalia, crises convulsivas, alterações de comportamento e deformidades do crânio", explica o neurocirurgião André Bissoli, da Unimed Vitória.
O médico conta que, na primeira hora após o trauma, uma espécie de "reação em cadeia" inflamatória começa a acontecer, o que pode fazer com o cérebro inche e fique mais sujeito a lesões que chamamos de secundárias, por falta de oxigênio ou excesso de substâncias inflamatórias.
O neurocirurgião Ulysses Caus Batista, do Hospital Meridional, diz que os riscos estão inerentes ao trauma e a força que atingiu a cabeça. "Mas os riscos dependem do hematoma, da contusão dentro do cérebro. Eles vão desde sequelas graves até a morte".
O médico explica que os sintomas vão depender da gravidade do traumatismo. Entre eles estão a amnésia, quando o paciente não lembra o que aconteceu, redução do nível da consciência, sonolência, e até entrar em coma. "Dependendo do local do hematoma ele pode sentir fraqueza em um dos lados do corpo, terá náuseas e vomitar. O principal sintoma é rebaixar no nível de consciência, cada vez mais sonolento até entrar em coma", diz Ulysses Caus Batista.
O tratamento também vai depender do nível do traumatismo. Se ele for leve, o paciente fará uma tomografia e ficará no hospital ou em observação. "No traumatismo moderado, ele deve fazer a tomografia de crânio e da coluna cervical. Entra no contexto do politraumatismo. Se a tomografia não acusar nada, ficará 12 horas em observação para ter certeza que o paciente não terá nenhuma lesão nesse período. Se ele tiver uma das lesões, será nivelado o trauma e o caso de cirurgia para drenar o hematoma, o edema cerebral. O paciente fica internado na UTI", explica Ulysses Caus Batista.
Já no caso de traumatismo grave, o tratamento depende da intensidade do acidente. "No caso do ator, ele provavelmente será operado", diz o especialista.
O politraumatismo é a lesão em duas ou mais partes do corpo, causadas por trauma externo, como em um acidente. "Casos de politraumatismo podem incluir as mais variadas lesões, como fraturas de membros, do crânio e da coluna; e também lesão em órgãos abdominais, no cérebro e lesões vasculares. Essas lesões podem causar hemorragias", conta o neurocirurgião Rafael Stein Rosseto, do Vitória Apart Hospital.
O médico explica que o politraumatismo varia desde algo mais leve, com fraturas e escoriações, até situações muito sérias, como traumatismo craniano grave e lesões abdominais severas com hemorragia interna e choque.
"Casos graves de politrauma podem cursar com traumatismo craniano grave e coma, fraturas na coluna com eventual tetra ou paraplegia; além de lesão de órgãos internos, como os abdominais, levando a hemorragias e choque. As possibilidades de lesões são inúmeras e estão relacionadas com o mecanismo de trauma e a energia envolvida", diz Rafael Stein Rosseto.
O tratamento do politraumatismo é multidisciplinar. É iniciado na cena do trauma com o primeiro atendimento. Ao chegar no hospital, a avaliação inicial é feita pelo cirurgião geral. Após essa avaliação inicial e realização de exames pertinentes, definem-se as prioridades, sendo então realizadas avaliações pelos outros especialistas, como neurocirurgião, ortopedista, cirurgião vascular, dentre outros.
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