Leucemia infantil: conheça os sinais de alerta para a doença

Segundo as informações do Instituto Nacional do Câncer (Inca), existem mais de 12 tipos de leucemias. Crianças têm maior chance de cura em relação aos adultos

Leucemia infantil

As crianças têm uma maior chance de cura em relação aos adultos. Crédito: Shutterstock

A leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos, geralmente, de origem desconhecida. Tem como principal característica o acúmulo de células doentes na medula óssea, que substituem as células sanguíneas normais. Segundo as informações do Instituto Nacional do Câncer (Inca), existem mais de 12 tipos de leucemia, sendo os mais recorrentes: leucemia mieloide aguda (LMA), leucemia mieloide crônica (LMC), leucemia linfocítica aguda (LLA) e leucemia linfocítica crônica (CLL).

O hematologista Douglas Covre Stocco diz que as leucemias são doenças em que as células doentes acabam se acumulando na medula óssea e depois no próprio sangue. "Elas ocupam o espaço da medula óssea, impedindo a produção de células normais. Consequentemente, como não há produção de células normais, o paciente desenvolve alguns problemas como anemia, plaqueta baixa, células de defesa baixa e muitas células doentes, seja na medula óssea, seja circulando pelo corpo".

No caso da infância, as duas principais são a leucemia linfoblástica aguda e a leucemia mieloide aguda. "Na infância, a depender da idade, até 90% das vezes, a leucemia linfoblástica aguda é mais comum", diz o hematologista.

SINAIS DA DOENÇA

  •  Fraqueza;

  • Palidez;

  • Indisposição;

  • Manchas roxas pelo corpo;

  • Sangramentos no nariz e na gengiva;

  • Presença de ínguas pelo corpo;

  •  Também é preciso ter atenção para febres recorrentes e sem explicação.

O diagnóstico das leucemias pode ser feito com exame de sangue e, em geral, é necessário o exame da medula óssea. É feito o mielograma, que é o exame para acessar a medula óssea, é colhido o sangue e feita a avaliação das células. "Também são feitos exames como imunofenotipagem - que é um exame importante para diferenciar se é a leucemia mieloide e a leucemia linfoblástica aguda. Usamos outros exames também como cariótipo e biologia molecular. Mas o diagnóstico é dado, principalmente, após os exame da medula óssea e o exame de imunofenotipagem", diz o médico.

"O tratamento da leucemia, envolve quimioterapia de alta intensidade. Por muitas vezes, ele é duradouro, intenso e necessita de muitas fases de internação. É um tratamento complicado. Em alguns casos, pode ser necessária a radioterapia e outros medicamentos, como terapia imunológica ou terapia alvo"

"O tratamento da leucemia, envolve quimioterapia de alta intensidade. Por muitas vezes, ele é duradouro, intenso e necessita de muitas fases de internação. É um tratamento complicado. Em alguns casos, pode ser necessária a radioterapia e outros medicamentos, como terapia imunológica ou terapia alvo"

Douglas Covre Stocco

O médico diz que alguns pacientes vão precisar do transplante de medula óssea. O transplante substitui a medula óssea do indivíduo de uma medula doente por uma saudável, capaz de combater a leucemia também. "No transplante, é substituído não só a medula doente como também o sistema imunológico que não foi capaz de impedir o surgimento daquela leucemia, ou seja, o transplante tem dois objetivos. O transplante é recomendado para o tratamento das leucemias de alto risco, ou seja, aquelas que têm chances de voltar após tratada ou que já voltaram depois do tratamento", diz Douglas Covre Stocco. 

CURA

A leucemia tem cura. E as crianças têm uma maior chance de cura em relação aos adultos, já que ela tolera uma dose de quimioterapia, por peso, maior do que o adulto, então ela tem uma capacidade maior de regenerar suas células, e também tem uma capacidade maior de funcionamento do fígado e do rim, que permite com que seja usado doses de quimioterapia proporcionalmente maiores do que em adultos. "E para essas doenças, essas doses maiores de quimioterapia são muito importantes. Além disso, os adultos, ao longo da vida, costumam estar mais expostos a fatores cancerígenos, terem adquirido mais mutações, que geram resistência ao tratamento e maior a agressividade da leucemia", diz Douglas Covre Stocco.

O médico ressalta que não tem como prevenir a leucemia. O mais importante é estar atento aos sintomas iniciais para que o diagnóstico seja feito o mais rápido possível. "Uma vez que é uma doença grave, em que há um comprometimento do sistema sanguíneo, aumenta o risco de ter infecções graves. E quanto mais cedo for feito o diagnóstico, mais cedo é feito o tratamento e maiores são as chances de resposta e menores as chances de já ter uma complicação".

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