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Publicado em 25 de outubro de 2023 às 10:31
Os alimentos têm um papel fundamental na proteção contra doenças, inclusive o câncer. Entre os cânceres mais associados à alimentação estão o de intestino, o de estômago e o das mamas. Este último é um dos que mais afetam as mulheres no Brasil e, por esta razão, torna-se o centro da campanha de conscientização “Outubro Rosa”.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, 95% dos casos de câncer de mama podem ser curados. A boa evolução da doença depende de fatores como a detecção precoce e o tratamento adequado, que inclui também a alimentação.
“Estudos científicos comprovam de forma robusta que o consumo de alimentos naturais, como legumes, verduras, hortaliças, frutas, cereais integrais e carnes magras e brancas, aliados à prática de exercícios, são capazes de prevenir o câncer de mama e também estão associados à melhora dos prognósticos em pacientes com câncer em estágio inicial. Eles diminuem a inflamação crônica e o estresse oxidativo do corpo”, explica a ginecologista e obstetra Theresa Leo, da Unimed Vitória.
Ainda segundo a médica, as fibras presentes em alimentos como as frutas e os vegetais, especialmente as solúveis, têm propriedades que ajudam a regular os níveis de estrogênio no corpo. Esse hormônio, em níveis elevados, está associado a um maior risco de câncer de mama.
Theresa Léo ainda lista alguns dos alimentos que têm ação protetora contra diversos tipos de câncer, incluindo o de mama.
Por outro lado, a médica pontua que o excesso de carboidratos e de carne vermelha (que pode ser consumida duas vezes por semana), além dos produtos processados e ultraprocessados têm um efeito contrário sobre a saúde. “Esse tipo de alimento aumenta os níveis circulantes de estrogênio endógeno, um hormônio que pode aumentar a velocidade do câncer já instalado, gerando uma cascata hormonal, metabólica e inflamatória nas pacientes”, alerta a médica.
Alimentos processados como salsicha, linguiça, presunto, bacon, picles e enlatados contém nitritos e nitratos usados para realçar o sabor. “Essas substâncias possuem níveis significativos de agentes cancerígenos”, pontua.
A boa alimentação não só ajuda na evolução do tratamento de mulheres com câncer de mama, como também pode ajudar muito a reduzir os efeitos colaterais de procedimentos como quimioterapia e radioterapia.
“É fundamental que o paciente siga uma alimentação balanceada, planejada pelo nutricionista oncológico. Durante o tratamento podem surgir sintomas como náuseas e vômitos, mucosite (lesões na mucosa), boca seca, dor ao engolir, dificuldade em deglutição, alteração de paladar, falta de apetite, diarreia e constipação intestinal. O profissional de nutrição deve ficar atento a eles e fazer a orientação nutricional individualizada para que o paciente tenha mais qualidade de vida nesse processo”, detalha a nutricionista oncológica Natália Shiramata.
Uma alimentação saudável e in natura deve compor o hábito alimentar do paciente com câncer. Por isso, a especialista lista os quatro pontos que considera fundamentais durante o processo de tratamento quando o assunto é nutrição.
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