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Publicado em 8 de agosto de 2022 às 16:14
O colesterol alto é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares e, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), nos primeiros quatro meses de 2020, o Brasil registrou cerca de 104 mil mortes em decorrência de alguma doença relacionada ao aparelho cardiovascular, o que significa cerca de um óbito a cada 90 segundos.
Hoje (8 de agosto) é comemorado o Dia de Combate ao Colesterol, data criada para a conscientização e prevenção de doenças cardiovasculares. De acordo com o Ministério da Saúde, quatro em cada dez adultos apresentam o nível de colesterol elevado, o equivalente a cerca de 18,4 milhões de pessoas que correm o risco de ter algum problema agudo a qualquer momento.
O colesterol é uma gordura produzida pelo fígado e dividida em dois tipos: o HDL, também chamado de 'colesterol bom', e o LDL, considerado o 'colesterol ruim'. O primeiro contribui para a redução da deposição de gordura na parede dos vasos e o segundo para o seu aumento. Nem sempre considerado vilão, ele tem papel importante na constituição das membranas celulares e dos ácidos biliares, que ajudam a digerir gorduras, e no metabolismo das vitaminas lipossolúveis (vitaminas A, D, E e K). Além disso, é bastante significativo para a síntese de vários hormônios, como, por exemplo, o cortisol, a aldosterona e os hormônios sexuais.
Apesar de seus benefícios e de desempenhar um papel essencial para o bom funcionamento do organismo, a sua presença em altos níveis pode ser negativa para o corpo. “O alto índice de colesterol resulta na obstrução da circulação em diversos locais do organismo, como as artérias coronárias (causando a angina e o infarto do miocárdio), artérias do encéfalo (levando ao acidente vascular cerebral (AVC) ou derrame), artérias dos rins, dos membros e da retina, gerando sérios problemas de saúde”, diz o cardiologista Luiz Guilherme Velloso, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.
Entre as principais causas que colaboram para o aumento dos níveis de colesterol estão a genética, a má alimentação, as alterações causadas por outras doenças associadas, como as renais e as hepáticas crônicas, disfunções da tireoide, das suprarrenais e diabetes. Existem também casos associados ao uso de alguns medicamentos.
O cardiologista Fabrício Bortolon, da MedSênior, conta que apesar de serem observadas com mais frequência em adultos, as doenças cardiovasculares ocasionadas pelos elevados níveis de colesterol, geralmente, começaram há 20 anos antes de serem diagnosticadas, e até mesmo na infância. “Por isso, é preciso verificar os níveis de colesterol no sangue desde cedo, acompanhar e controlar antes que vire um problema que coloque a vida em risco”, alerta.
Segundo ele, em quantidades normais, o colesterol auxilia na produção de hormônios como vitamina D, testosterona e estrogênio. Porém, o consumo de gorduras, aliado ao sedentarismo e e herança genética conseguem aumentar essa produção desenfreadamente, tornando o colesterol um fator de risco para saúde.
É importante adicionar boas fontes de gordura na alimentação como nozes, castanhas, amêndoas, aveia, peixes, além de verduras, legumes e frutas. "Esses alimentos são importantes no controle dietético do colesterol elevado", diz Fabrício Bortolon.
A endocrinologista Claudia Chang, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), explica que o colesterol é o componente estrutural das membranas celulares do nosso corpo e está presente em vários órgãos, como cérebro e coração, sendo transportado pelo sangue por meio das lipoproteínas.
Segundo a médica, um dos perigos do colesterol alto está relacionado a doenças cardiovasculares, como a hipercolesterolemia (aumento da concentração de colesterol no sangue), que aumenta o risco de aterosclerose, causada pelo excesso de gordura na corrente sanguínea, e, consequentemente, doenças nas artérias coronárias.
A cardiologista Juliana Tranjan Coragem, da Singulari Medical Team, diz que o ideal é que quanto mais alto o colesterol HDL melhor. Já no caso do LDL, quanto mais baixo melhor. “Assim o paciente consegue se proteger com relação às doenças cardiovasculares”. Esse controle inclui a mudança nos hábitos de vida. Afinal, o sedentarismo e a má alimentação são seus principais fatores de risco.
Uma das principais recomendações para manter o colesterol bom e ruim sob controle está na adoção de uma dieta saudável, mais precisamente reduzindo o consumo de alimentos ricos em gordura e açúcares. Além disso, também é aconselhado ingerir mais fibras e equilibrar a presença de carne vermelha, fonte de gorduras nocivas, com peixes e oleaginosas.
Para o tratamento, são utilizados diferentes medicamentos. As estatinas são as mais recomendadas, por conta de sua eficácia. Com elas, é possível reduzir o quadro, mas o estilo de vida baseado em bons hábitos também é um forte aliado na sua redução. "O tratamento sempre inclui dieta, atividade física e, eventualmente, medicamentos. Também inclui as famosas estatinas e, se necessário, outros medicamentos adjuvantes por via oral. Recentemente novas terapias injetáveis vêm sendo utilizadas", diz o cardiologista Fabrício Bortolon.
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