Meningite: o que é, sintomas e a importância da vacinação

Vacinação é a forma mais eficaz de prevenção e deve ser realizada por todos, inclusive adolescentes e adultos

Vitória
Publicado em 14/06/2023 às 14h05
Meningite: dor de cabeça é um dos sintomas

Em crianças pequenas os sintomas podem incluir irritabilidade, choro agudo, recusa alimentar e sonolência excessiva. Crédito: Shutterstock

A meningite é uma infecção provocada por bactérias, fungos ou vírus, que afeta as membranas ao redor do cérebro. Há diversos tipos de meningites, que podem ser causadas por fungos, vírus ou outros tipos de bactérias.

As bacterianas são, em geral, as mais preocupantes com transmissão por via respiratória, ou seja, de pessoa para pessoa, por meio das gotículas e secreções do nariz e da garganta, eliminadas por tosse, espirro ou até mesmo pela fala. Elas provocam uma inflamação na meninge, que é a membrana que envolve o cérebro e a medula espinhal. Outros tipos de meningite podem ser transmitidos por contato entre pessoas e objetos infectados, pelos alimentos ou por picada de inseto.

De acordo com o médico pediatra Rômulo Felix, da Relevium, os principais sintomas da doença incluem febre alta, dor de cabeça intensa, rigidez no pescoço, vômitos, fotofobia (sensibilidade à luz), confusão mental e convulsões. Em crianças pequenas, os sintomas podem incluir irritabilidade, choro agudo, recusa alimentar e sonolência excessiva. “As sequelas causadas pela meningite incluem paralisia, perda parcial ou completa da audição, danos neurológicos permanentes, convulsões, dificuldade de aprendizado e problemas de memória”.

É importante estar atento aos sintomas e procurar atendimento médico em caso de dúvidas. A meningite pode evoluir rapidamente para quadros mais graves, deixando sequelas neurológicas, auditivas e dores crônicas se não houver atendimento médico o quanto antes.

VACINAÇÃO

As meningites bacterianas podem deixar sequelas graves em cerca de 1/3 dos indivíduos afetados. Dentre elas estão a epilepsia, deficiência auditiva e o atraso neuropsicomotor.  "As meningites infecciosas são mais frequentes e podem ser causadas por vírus, bactérias e fungos, e o tratamento consiste no uso de antibióticos ou antivirais. O tratamento terapêutico imediato é fundamental para a redução da mortalidade e a gravidade das sequelas", diz o  neurocirurgião pediátrico Ricardo Santos de Oliveira.

Já as meningites não infecciosas são causadas por traumatismos, hemorragias, tumores, irritação química, entre outros. “A cirurgia só é indicada nas meningites não infecciosas quando há acúmulo de líquido ou abcesso, ou outro tipo de complicação, são casos excepcionais. De modo geral, o tratamento é feito com corticosteroides”, comenta Ricardo Santos de Oliveira. 

No Brasil, a meningite meningocócica é a forma mais comum da doença causada pela bactéria Neisseria meningitidis. "Essa bactéria é transmitida de pessoa para pessoa por meio de contato próximo e prolongado, como beijos, tosse e espirros, e pode causar sérias complicações, incluindo meningite fulminante e sepse, que podem levar à morte", conta Rômulo Felix. 

Além do quadro clínico de febre e da gripe, a doença também pode evoluir com lesões de pele, vômitos, dor de cabeça intensa e, especialmente, a rigidez de nuca. O diagnóstico é feito por meio de um exame chamado punção lombar, que consiste na retirada de uma amostra do líquido que envolve o sistema nervoso central para que as características dele e a possível presença de bactérias sejam analisadas.

No Brasil, o Calendário de Vacinação diz que a imunização contra a meningite C deve começar aos 3 meses, sendo administrada a primeira dose. A segunda dose deve ser feita aos 5 meses, e um reforço aos 12 meses. Além disso, há outras vacinas contra a meningite disponíveis na rede pública e na rede privada, como a meningocócica conjugada ACWY, para crianças entre 11 e 12 anos. "A maneira mais eficaz de prevenção da meningite e outras infecções do sistema nervoso central continua sendo a vacinação. A imunização previne cerca de 90% das formas mais graves da doença", diz Rômulo Felix.

O médico ressalta que não existem problemas em tomar as vacinas na fase adulta. "Quanto mais cedo a pessoa vacinar, melhor. Trata-se de uma doença com potencial de complicações muito graves. A partir de dois meses, já é possível vacinar".

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