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Publicado em 6 de novembro de 2022 às 07:00
Cláudia Baptista de Souza teve uma vida como poucos. Estudou em colégio de freiras, se casou aos 14 anos, se separou aos 17, trabalhou como repórter, iluminou alguns shows de rock e experimentou a tríade sexo-drogas-rock and roll. Mas, aos 27 anos, descobriu o poder da meditação. Anos mais tarde, se tornou Coen, a monja mais famosa do Brasil.
De família quatrocentona paulistana, filha de um empresário e de uma pedagoga, ela sempre foi uma questionadora. Na escola, questionou as freiras. Na vida, queria saber o sentido da existência. Buscando respostas, experimentou drogas. Provou e viu que não era nada disso que procurava. “Procurava por Deus e pelo sentido da existência. Fui encontrá-lo no silêncio das salas de meditação", diz.
A menina que gostava de James Taylor, Yes, América, Pink Floyd e Deer Purple encontrou na meditação transcendental o sossego. Acompanhando os primos Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, do Mutantes, conheceu o segundo marido, o americano Paul Weiss, iluminador roqueiro do cantor Alice Cooper. Com ele, mudou-se para Califórnia e viu a vida se transformar.
Separou-se, mudou para comunidade Zen Center Los Angeles e depois viveu enclausurada durante sete anos num mosteiro em Nagoia, no Japão. Chamada de Coen (Co quer dizer “Só” e En quer dizer “Círculo”), foi a primeira mulher de origem não japonesa a presidir a Federação das Seitas Budistas do Brasil, em 1997. Três anos depois, fundou a Comunidade Zen Budista, em São Paulo.
Agora, a maior autoridade do zen-budismo no Brasil lança "Que sementes você está regando?" pela editora Planeta, livro no qual apresenta histórias e ensinamentos, e traz reflexões para ajudar o leitor a se tornar o bem que quer ver no mundo.
Ao longo de 27 reflexões e histórias, a autora convida a todos a perceberem o que estão regando em suas vidas e como sementes de raiva, tristeza, medo, hostilidade, frustração e desespero podem mudar e florescer amor, gentileza, cuidado, alegria e solidariedade. "O livro é um chamado para aprendermos a fazer de nossa vida uma fonte de ternura, ânimo, compreensão, sabedoria, equilíbrio e esperança. Para sabermos regar a bondade e conseguir transformar a realidade", diz a monja em entrevista ao HZ.
O livro traz histórias, ensinamentos e reflexões sobre o que estamos regando em nossas vidas hoje. Ele se propõe a ser um chamado para fazermos da nossa existência uma fonte de ternura, ânimo, compreensão, sabedoria, esperança e equilíbrio.
A transformação é um processo incessante da vida. Fiz os votos monásticos em 1983, com 36 anos, em Los Angeles, no Zen Center de Los Angeles. Depois fui ao Japão, onde fiquei por 12 anos e tive a formação completa no Mosteiro Feminino de Nagoya. Voltei ao Brasil e continuo minha jornada de prática, de serviço e de estudos.
A ansiedade pode ter várias origens. A pandemia fez com que alguns tivessem a impressão de que perderam dois anos. Ninguém nunca perde dois anos ou qualquer período. Estamos presentes, sempre presentes no momento presente. Se soubermos apreciar onde estamos, podemos, inclusive, apreciar momentos de ansiedade por um encontro, por um momento que está por vir. O excesso de ansiedade pode levar à depressão. Por isso precisamos meditar, trabalhar, entender a nossa mente e a usar de forma adequada, regar as sementes que nos levam à harmonia, ao equilíbrio e à tranquilidade, mesmo em meio às turbulências da existência.
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