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Publicado em 13 de junho de 2023 às 10:36
O albinismo é tema de uma das tramas de Terra e Paixão, novela da Globo. Na história, o personagem Cristian, vivido pelo ator Felipe Melquiades, que é filho de Lucinda (Débora Falabella) e Andrade (Ângelo Antônio), é alvo de bullying entre os colegas por conta da condição genética.
Portador do albinismo óculo-cutâneo, Felipe Melquiades costuma aparecer em cena com roupa de manga comprida e boné. Nas redes sociais, o intérprete de Cristian celebrou a representatividade na novela. "Estou muito feliz por representar os albinos do Brasil", ressaltou em um vídeo.
Condição genética rara, o albinismo afeta de uma a nove pessoas a cada 100 mil nascidos vivos, independentemente de sexo, etnia ou nacionalidade. Não é contagioso, não diminui a expectativa de vida e não é associado a nenhum tipo de deficiência intelectual. Com o objetivo de combater o preconceito e a discriminação contra pessoas albinas, o dia 13 de junho é celebrado o Dia Internacional da Conscientização sobre o Albinismo.
"O albinismo é uma condição genética hereditária, na qual os melanócitos, células responsáveis por produzir melanina, tem um funcionamento anormal e são incapazes, então, de pigmentar a pele, pelos, cabelos e olhos", diz o dermatologista Amilton Macedo.
O médico explica ainda que a ausência da melanina define apenas o fenótipo da pessoa (a aparência) e não é um problema em si, mas ela é responsável por conferir à pele e aos olhos uma proteção contra os raios de sol, deixando a pessoa albina mais vulnerável às suas consequências, como queimaduras severas, envelhecimento precoce, ceratose actínica (manchas ásperas) e câncer de pele. "E é por estas questões que a pessoa albina necessita de acompanhamento periódico junto a um oftalmologista e um dermatologista", conta Amilton Macedo.
A dermatologista Thayla Campostrini conta que a principal causa do albinismo é a alteração genética que atinge a produção de melanina, sendo que é necessário que o gene com mutação seja herdado do pai e da mãe para que a condição se manifeste. "Caso o gene seja herdado somente do pai ou da mãe, é possível tê-lo, mas não manifestar a doença". O Ministério da Saúde recomenda que pacientes com albinismo iniciem acompanhamento regular por profissionais de saúde assim que o diagnóstico for confirmado.
O albinismo pode ser classificado em três formas: ocular, parcial e oculo-cutâneo. "O albinismo ocular é aquele em que a despigmentação ocorre apenas nos olhos. O parcial, por sua vez, é o albinismo caracterizado pela produção de melanina em apenas algumas partes. Já o oculocutâneo, que é o tipo mais comum, é o albinismo em que todo o corpo é afetado", explica Thayla Campostrini.
A dermatologista explica que, como a melanina protege a pele da ação do sol, os albinos são muito propensos a queimaduras solares e ao câncer de pele, principalmente carcinoma de células escamosas. "Até mesmo poucos minutos de raios solares fortes podem causar uma queimadura séria".
O diagnóstico de todos os tipos de albinismo baseia-se no exame da pele e dos olhos. "Exames precoces dos olhos detectam íris translúcida, diminuição da pigmentação da retina, hipoplasia da fóvea, diminuição da acuidade visual, estrabismo e nistagmo", diz Thayla Campostrini. O albinismo não tem cura. Além das visitas regulares a oftalmologistas e dermatologistas, os albinos, geralmente, precisam de reposição de vitamina D, que é sintetizada no corpo pela exposição ao sol e que é importante para os ossos e para o sistema imunológico.
Como pessoas com albinismo correm um risco maior de câncer de pele, elas devem realizar exames de pele regulares e devem adotar medidas para prevenir queimadura de sol e diminuir o risco de câncer de pele. "Entre as medidas, eles são orientados a ficar fora da incidência direta da luz solar; usar óculos de sol com proteção ultravioleta (UV); usar roupas com proteção solar com um fator de proteção ultravioleta (FPU) classificado em 50 ou mais; além de aplicar protetor solar contra luz UVA e UVB com fator de proteção solar (FPS) 50 ou superior", finaliza Thayla Campostrini.
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