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Publicado em 16 de junho de 2023 às 12:39
A atriz Deborah Secco revelou que possui alopecia androgenética, uma doença sem cura, também conhecida como calvície. "Tenho muito pouco cabelo desde sempre. Tenho alopecia androgenética e, por conta disso, tenho fios (de cabelo) bem fininhos, parecendo cabelinho de bebê mesmo. Mas não sou só eu, a minha família inteira tem a doença", contou em entrevista à RedeTV!.
A atriz de 43 anos revelou o quanto é desesperador enfrentar a doença, porém ela disse que os métodos de tratamento estão evoluindo. "Sei exatamente o desespero. Mas sei também a potência que o tratamento tem e o quanto ele é transformador. É algo que sei o quanto muda muitas vidas", contou.
A alopecia pertence a um grupo de diferentes doenças que geram a perda capilar. Dentre os diferentes tipos de alopecia, as mais conhecidas são a androgenética e a areata. A primeira é a famosa calvície, que pode se manifestar independente da idade adulta. Já a areata tem um fundo autoimune. "A alopecia androgenética é a calvície, o tipo mais comum de queda de cabelo, de origem multifatorial - como a genética, a hormonal e os maus hábitos de vida, e que acomete mais os homens", diz a dermatologista Priscila Castelan.
A alopecia androgenética trata-se de uma herança genética. De acordo com informações da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a queixa mais frequente na doença é a de afinamento dos fios. Os cabelos ficam ralos e, progressivamente, o couro cabeludo mais aberto.
Nas mulheres, a região central é mais acometida, pode haver associação com irregularidade menstrual, acne, obesidade e aumento de pelos no corpo. Porém, em geral, são sintomas discretos. Nos homens, as áreas mais abertas são a coroa e a região frontal, as entradas. "O sinal da doença é o afinamento e a diminuição do volume e a densidade dos cabelos, desde as 'entradas' até a região de coroa", explica Priscila Castelan.
Apesar do termo “andro” se referir ao hormônio masculino, na maioria das vezes, os níveis hormonais se mostram normais nos exames de sangue. A doença se desenvolve desde a adolescência, quando o estímulo hormonal aparece e faz com que, em cada ciclo do cabelo, os fios venham progressivamente mais finos.
A dermatologista Juliana Drumond conta que, nos homens, ela é caracterizada inicialmente pela perda de cabelos nas áreas das regiões temporais conhecidas como entradas e na região do topo do coro cabeludo. "E a progressão vai ocorrendo até a pessoa ficar completamente calva. Na mulher, a região acometida é a mesma, só que ela não fica totalmente calva, fica com uma rarefação capilar, com menos pelo e o coro cabeludo vai ficando cada vez mais visível".
A médica diz que a questão genética é muito importante como causa da doença e outros fatores que interferem no crescimento da saúde do cabelo podem acentuar a rarefação capilar. "Problemas como as doenças da tireoide, desnutrição, falta de vitaminas e anemia são fatores que podem colaborar para acelerar a perda de cabelos", diz Juliana Drumond.
Existem diferentes maneiras de tratar uma alopecia. O objetivo do tratamento é estacionar o processo e recuperar parte da perda. "A calvície não existe cura, mas existe tratamento para controle da queda. Nos casos iniciais, inicialmente é usado a medicação tópica a base de minoxidil, além de poder ser usado outras medicações orais. Caso tenha alguma deficiência vitamínica associada isso, tem que ser tratado em conjunto e existem procedimentos que podem ser feitos para acelerar o crescimento do cabelo, como intradermoterapia com substâncias terapêuticas, microagulhamento, além de alguns tipos de lasers", explica Juliana Drumond.
A médica conta que na alopecia androgenética a pessoa não vê o cabelo cair, a queixa principal é o cabelo estar mais ralo. "O que acontece é uma miniaturização do fio capilar. O folículo piloso vai diminuindo de tamanho, encolhendo, atrofiando, até sumir. Quando o tratamento é iniciado precocemente, esse folículo está encolhendo ainda, a gente consegue restaurar e o cabelo volta a crescer. Quando o folículo já morreu completamente, os tratamentos não têm mais eficácia, aí tem que partir para o implante", destaca Juliana Drumond.
Priscila Castelan explica que é uma condição progressiva que pode melhorar com a terapia apropriada, objetivando estimular o crescimento do cabelo, melhorar a espessura dos fios e retardar a progressão do afinamento e perda. "Atualmente, diversas opções terapêuticas estão disponíveis, desde medicações tópicas e orais até laserterapia domiciliar e procedimentos minimamente invasivos feitos em consultório como o MMP capilar. Para minimizar o impacto psicossocial, camuflagens com fibra capilar, pó ou mesmo próteses capilares podem ser úteis. Para casos selecionados, a cirurgia de transplante capilar deve ser considerada", finaliza.
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