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Publicado em 2 de fevereiro de 2023 às 14:21
A jornalista Gloria Maria morreu na manhã desta quinta-feira (2). A jornalista estava afastada do trabalho desde agosto de 2022, para tratamento contra câncer de pulmão, que teve metástase no cérebro. Ela não resistiu à doença.
Em 2019, Glória foi diagnosticada com um câncer de pulmão. O tratamento com imunoterapia teve sucesso. O método, considerado inovador, estimula o próprio sistema imunológico para combater as células cancerígenas e, por isso, evita os efeitos colaterais por vezes graves da quimioterapia e da radioterapia.
Depois, ela sofreu metástase no cérebro, que também pôde, inicialmente, ser tratada com êxito por meio de cirurgia, mas os novos tratamentos não avançaram. Ela realizou uma cirurgia para retirada do tumor, também bem sucedida, e continuou um tratamento com radioterapia e imunoterapia para eliminar resquícios do câncer e evitar a recorrência.
Wesley Vargas Moura, oncologista clínico do Núcleo Especializado em Oncologia (Neon), explica que metástases cerebrais são implantes de um tumor primário de outro lugar no cérebro. É um tumor que não nasceu no cérebro, mas se estabeleceu ali. "Nasce um tumor primário, essas células caem na corrente sanguínea e circulam por todo o organismo. Quando elas chegam em um local onde têm condições de se desenvolver, elas começam a se desenvolver. Esses locais, geralmente, são onde a corrente sanguínea passa mais lentamente, com maior facilidade de sair de dentro do vaso sanguíneo".
O médico explica que os tratamentos variam. Quando as metástases cerebrais são pequenas, pode ser feito radiocirurgia, uma cirurgia aberta ou uma neurocirurgia de retirada da metástase.
No caso da Glória Maria, o tumor era de pulmão. E tumor de pulmão, de maneira geral, é um dos que mais apresentam metástases cerebrais. "Dependendo do subtipo do tumor de pulmão, ele tem maior facilidade. Isso a gente vê também no câncer de mama, no de rim, no de estômago, no de intestino. Ou seja, existem vários tumores com essa tendência de metastizar e fazer filial no cérebro. E o de pulmão é um deles".
Gloria Maria havia sido diagnosticada com câncer de pulmão inicialmente em 2019. Ela passou por imunoterapia, com bons resultados. Na sequência, descobriu que havia tido metástase no cérebro e passou por cirurgia, bem-sucedida.
O câncer de pulmão é o segundo tipo de tumor mais comum entre homens e mulheres. E também o câncer com maior taxa de mortalidade. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), ele representa cerca de 13% de todos os novos casos de câncer no Brasil.
A oncologista Camila Beatrice, do Cecon/Oncoclínicas, explica que assim como todos os tecidos do corpo, o pulmão é composto por células. Essas células vão se dividindo e se reproduzem de uma forma ordenada e controlada. "Se houver alguma alteração celular que altere esse processo, o organismo produz excesso de tecido, que dá origem ao tumor. Se o tumor for maligno, o crescimento comprime e destrói os tecidos normais à sua volta, isso seria, nesse caso, um tumor localizado no pulmão", diz.
Além do tabagismo, que é o principal fator de risco, outras questões estão relacionadas com o surgimento de câncer no pulmão, como ser fumante passivo, a exposição ao gás radônio, exposição ao asbesto, ao arsênio, e alguns agentes que são ocupacionais, como níquel e o cromo. Também é preciso levar em consideração a poluição atmosférica e o histórico pessoal ou familiar de câncer de pulmão.
A oncologista diz que a tosse é o principal sintoma. "Outros sinais são: tosse com expectoração de sangue, dor no peito, rouquidão, perda de peso inexplicada, perda de apetite, fadiga e falta de ar", conta Camila Beatrice.
Em geral, o diagnóstico ocorre através de uma tomografia ou de um raio-x de tórax, sendo necessário realizar uma biópsia do tumor. "Essa biópsia pode ser feita por broncoscopia, em que será inserido na via área um pequeno tubo com uma luz na ponta para retirada de um pedaço do tumor, ou ela pode ser realizada guiada por tomografia", conta Camila Beatrice.
O tratamento vai depender do estágio em que o tumor se encontra. "Nos estágios mais iniciais, podem ser feitas cirurgia e a quimioterapia. Nos intermédios, no geral, são utilizadas quimioterapia com a radioterapia, dependendo do caso. Já nos estágios mais avançados, são utilizadas a quimioterapia, atualmente a imunoterapia, e também a terapia alvo, com medicamentos administrados via oral", explica Camila Beatrice.
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