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Publicado em 25 de janeiro de 2023 às 16:19
A apresentadora Giovanna Ewbank se emocionou ao falar sobre a descoberta de um diagnóstico do filho, Bless, de 8 anos. No podcast Quem Pode, Pod, ela disse que o menino tem uma síndrome sensorial – que afeta a audição, o olfato e o tato. Giovanna e Bruno Gagliasso também são pais de Titi, de 9 anos, e Zyan, de 2.
"Durante a pandemia, o Bless começou a ficar muito aéreo, (fazendo) algumas coisas que eu achava um pouco estranhas. Comecei a achar que ele poderia ter um grau de autismo, até que uma médica em São Paulo o diagnosticou com uma síndrome sensorial. Ele ouve mais do que nós todos, ele sente mais, sente mais cheiro", disse Giovanna.
"Diversas vezes ele passava, por exemplo, pela cozinha, e falava: 'Ai, que cheiro forte!'. E eu falava: 'Bless, para com isso. É frescura, filho! É o cheiro da cebola'. Quando ele pisava na grama e falava: 'Me tira daqui!'. E eu falava: 'Filho, para de frescura, é só grama'. Queria muito colo, não gostava de ir para o meio do mato, onde a gente vai muito, porque o barulho das moscas incomodava ele", relatou a apresentadora. "Quando eu tive o diagnóstico, foi uma culpa absurda".
O transtorno de processamento sensorial é uma condição que afeta a forma como o cérebro processa as informações sensoriais (os estímulos). A neuropediatra Maria Regina Augusto de Andrade, do Grupo Prontobaby, explica que o Transtorno do Processamento Sensorial é quando a criança possui uma forma peculiar de reagir às sensações como a visão, a audição, o olfato, o tato - principalmente em relação a barulhos e texturas - e também ao toque.
A apresentadora fez um alerta para que as pessoas prestem mais atenção nas crianças. "A gente teve que entender, observar, se adaptar. E hoje, o Bless vive com essa síndrome sensorial muito bem". A criança pode perceber os estímulos com mais ou menos intensidade. Maria Regina Augusto de Andrade lista alguns sinais da síndrome. "Criança que está em uma festa de aniversário e tampa os ouvidos, que está cortando o cabelo e fica desesperada, que não consegue brincar com slime, que não gosta de comer comidas pastosas, como purê, por exemplo. Estas situações podem indicar que ela possui o transtorno de processamento sensorial".
É possível identificar a síndrome desde 1 a 2 anos e, conforme o crescimento, os sinais se perpetuam. O diagnóstico é clínico. "O diagnóstico diferencial é bem difícil, deve-se avaliar bem se a criança possui apenas aquilo ou outras manifestações que levem à conclusão de que ela possui o Transtorno do Espectro Autista (TEA)", diz. A médica explica que este tipo de transtorno é comum em crianças que possuem TEA, porém, nem toda criança que possui Transtorno do Processamento Sensorial possui também o TEA.
O tratamento é feito por meio de terapia, concentrada em atividades que desafiam a criança com estímulos sensoriais. "O tratamento é com terapeuta ocupacional, a fim de ajudar a dessensibilizar a criança perante estas coisas, trabalhando com a integração sensorial, expondo a criança a vários tipos de sensações", conta a neuropediatra.
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