Isabel Salgado foi acometida pela síndrome de angústia respiratória aguda. Crédito: Reprodução @isabelsalgadodovolei
O Brasil perdeu hoje uma de suas principais estrelas do vôlei com o falecimento de Isabel Salgado, aos 62 anos. A ex-atleta foi acometida pela síndrome de angústia respiratória aguda (SARA), uma condição clínica rara, segundo informações de amigos próximos. As informações foram publicadas pelo O Globo. Isabel chegou a realizar teste para covid-19, e o resultado deu negativo.
Isabel chegou a ser internada com pneumonia, na manhã da última terça-feira, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Intubada no decorrer do dia, precisou entrar na oxigenação por membrana extracorporal (ECMO), mas não resistiu. A ECMO é capaz de funcionar como um pulmão para pacientes que estão com os órgãos comprometidos.
A síndrome é um tipo de insuficiência respiratória pulmonar, atinge os dois pulmões e pode se manifestar como uma resposta do organismo a uma agressão pulmonar de diversas origens. "É uma inflamação das unidades de trocas, o local onde se troca oxigênio por gás carbônico. Isto é ocupado por uma inflamação, uma infecção", explica a pneumologista Jessica Polese.
A médica conta que o paciente pode ter uma infecção bacteriana, pulmonar ou uma pneumonia e evoluir para a SARA. "O paciente também pode ter uma infecção viral - ou até uma doença fora do pulmão - evoluindo para essa inflamação pulmonar, principalmente doenças autoimunes ou renais. Existe uma inflamação pulmonar que evolui desta maneira e não tem uma causa definida e que, normalmente, é muito agressiva e leva ao óbito".
Jéssica Polese explica que, no pulmão, a pessoa terá uma grande pneumonia, com muita ocupação de espaços aéreos, muita inflamação e isso vai levar a ter necessidade de uso de ventilação mecânica, ser entubada e ir para o ventilador. "A ventilação destes pacientes é muito difícil, é mais ou menos a situação que acontece com o Covid-19 e outras viroses. É um paciente difícil de ventilar porque ele tem um comprometimento muito extenso".
"Os sintomas são vagos e, às vezes, podem ser de rápida evolução. Pode começar com sintomas virais - um resfriado - e evoluir rapidamente para um problema pulmonar grave. O covid-19, a influenza ou uma pneumonia bacteriana grave pode evoluir para este quadro. Pode ocorrer falta de ar, tosse e quadro febril"
Jessica Polese
O diagnóstico é feito através do nível de oxigênio no sangue e da radiografia do tórax. Já o tratamento é realizado com o uso de corticosteróides, além de ser necessário tratar a causa da doença. "O paciente terá dificuldade de respirar, por isso é necessário manter o suporte. E o médico o coloca no ventilador mecânico e faz o tratamento que acha que seja viável", diz a pneumologista.
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