No acúmulo desses excessos fica mais difícil ver essa deficiência . Crédito: Freepik
Queremos nos ocupar todo o tempo. Ocupar espaços, cobrir os vazios, não deixando nenhum momento para estar a sós com quem nunca nos abandona: nós mesmos. Pessoas extremamente atarefadas, grandes executoras realizando todas as atividades do dia no automático.
E no fim do dia, apesar de termos feito muito, de termos tudo o que precisamos materialmente, ainda brindamos a falta. Nessa sensação de desequilíbrio há a procura por algo que preencha e muitas vezes as compulsões vêm com tudo. Excesso de trabalho, de comida, de bebida, de pessoas, de participação social. Todo excesso esconde uma falta e com isso nota-se que a grande falta é de si.
No acúmulo desses excessos fica mais difícil ver essa deficiência e com isso nos afundamos mais em ocupar, tapar, preencher. Um tempo após ficar nesse estado, vem a exaustão, e esse fenômeno nos arremessa inegociavelmente para nossa companhia. É lá que mora o vazio e é hora de enfrentá-lo.
Todo vazio abre espaço, e nem todo espaço precisa ser ocupado com algo. Ele pode ser um espaço seguro de reflexão e aconchego, livre de autocobrança e julgamentos. É um convite ao respiro e uma fuga da loucura da rotina que não envolve mais atribuições e excessos. É o acolhimento interno que ninguém poderá nos dar a não ser nós mesmos. É estar presente e ser gentil com quem está conosco do primeiro ao último dia. É a saúde se instalando de dentro para fora.
Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de HZ.
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