A doença se apresenta, habitualmente, associada à tosse com expectoração amarelada. Crédito: Shutterstock
A pneumonia é uma infecção nos pulmões que pode ser provocada por vírus, bactérias ou fungos. “O principal agente causador da infecção é a bactéria Streptococcus Pneumoniae”, explica a pneumologista Milena Cerezoli, do Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.
A doença é considerada a principal causa de morte no mundo entre adultos e crianças. No Brasil, a pneumonia figura em terceiro lugar nas causas de morte, ficando atrás apenas do infarto agudo do miocárdio e do acidente vascular cerebral (AVC), tendo entre suas principais vítimas pessoas acima de 65 anos. Por isso, é preciso ficar atento aos sinais da doenças.
A médica ressalta que pacientes com múltiplas comorbidades ou que apresentem evolução do quadro com sinais de gravidade que precisem de internação, como confusão mental, redução da pressão arterial, insuficiência respiratória, necessidade de suporte ventilatório, bem como alterações de outros órgãos e grande extensão do acometimento pulmonar, estão entre os maiores riscos de óbito pela doença. “A pneumonia é um quadro potencialmente grave, com risco maior nos extremos de idade, ou seja, abaixo dos 5 e acima dos 65 anos”, alerta.
Ela ainda destaca que nem sempre a tosse aparece como um sinal da pneumonia, portanto, é importante observar outros sintomas importantes. “Em idosos, por exemplo, muitas vezes os únicos sinais são prostração, mudança do estado mental (podem ficar mais sonolentos ou mesmo agitados, confusos), redução do apetite e perda da capacidade de andar subitamente, ficando acamado”, detalha.
OS SINAIS DA DOENÇA
- Em idosos: prostração, mudança do estado mental (podem ficar mais sonolentos ou mesmo agitados, confusos), redução do apetite e perda da capacidade de andar subitamente
- Nos jovens e adultos: tosse com expectoração amarelada, febre, dor na região das costelas ou das costas.
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
Já no caso da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), estimativas da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) apontam que a doença atinge em torno de 6 milhões de pessoas, sendo que dessas, apenas 12% são diagnosticadas. Conforme dados da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) pela metodologia Global Burden of Disease (GBD) – Brasil, a DPOC é a quinta causa de morte entre todas as idades.
A pneumologista frisa que a DPOC mais grave, com evolução para enfisema extenso, pode causar, além de limitação para pequenos esforços devido à extrema falta de ar, disfunção do coração e necessidade de oxigenoterapia contínua, aumentando o risco de doenças cardiovasculares; a DPOC também tem associação, principalmente, a diversos tipos de câncer (pulmão, boca, pescoço, estômago e bexiga, entre outros).
“Em todas as suas formas, a DPOC também está associada ao desenvolvimento de outras enfermidades, como tuberculose, infecções respiratórias, úlcera gastrintestinal, impotência sexual, infertilidade em mulheres e homens, osteoporose e catarata”, completa Milena Cerezoli.
Ela ainda lembra que os portadores de DPOC têm maior risco de desenvolver infecção traqueobrônquica e pneumonia. Conforme explica a médica, um paciente com DPOC, após um quadro infeccioso pulmonar, apresenta mais chances de progressão futura da doença, trazendo mais sintomas como tosse, falta de ar e descompensações de outras comorbidades, como piora da insuficiência cardíaca, risco de infarto, AVC)e piora de lesões renais.
PREVENÇÃO E CUIDADOS
O consumo de cigarros está diretamente ligado ao desenvolvimento de doenças pulmonares. Segundo a especialista, em qualquer dispositivo que gere fumaça (cigarro de palha, papel, eletrônico, vapers, cachimbo, charuto etc.), são liberadas substâncias nas formas gasosa e particulada.
“Essa complexa composição que contém milhões de substâncias químicas, misturadas aos gases liberados na combustão, penetra facilmente nas vias aéreas superiores, inferiores e nos alvéolos, provocando reações inflamatórias com repercussões locais e sistêmicas”, diz Milena Cerezoli.
Além disso, partículas ultrafinas e diversas substâncias podem passar diretamente para a corrente sanguínea, exercendo seus efeitos nocivos. “Alterações na coagulação, indução e progressão da aterosclerose, desequilíbrio autonômico com predomínio do Sistema Nervoso Autônomo Simpático e estresse oxidativo pulmonar induzidos pela fumaça do tabaco são fatores implicados na origem das doenças cardiovasculares e respiratórias”, detalha.
Dessa forma, a orientação médica é não fumar, independentemente se o paciente já tem ou não uma doença pulmonar instalada, além disso, praticar atividade física regular, manter uma dieta equilibrada e uma boa noite de sono manterão o bom equilíbrio da imunidade e combaterá infecções e evolução com outras doenças pulmonares.
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