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Publicado em 18 de janeiro de 2022 às 16:44
O "BBB 22" começou nessa segunda-feira (17). Mas, mesmo antes dos primeiros participantes entrarem na casa, a treta já rolava do lado de fora. E uma delas envolve o surfista Pedro Scooby, um dos participantes do jogo integrante do "Camarote".
Pai de Dom e dos gêmeos Bem e Liz, ele teve seu nome envolvido em uma polêmica com a ex-mulher, Luana Piovani. Segundo a atriz, o ex-marido não teria comunicado a ela sobre a possibilidade de ficar três meses longe dos filhos do casal. "Oi? Eu não recebi essa notícia, não. (Se fosse para o reality) Ele teria me dito. Será que ele vai levar as crianças para o 'Big Brother'? Elas têm aula, não podem ir. Enfim. Um voto de confiança no pai dos meus filhos, né? Não é possível", disse Luana, em um vídeo publicado em seu perfil no Instagram.
No primeiro dia do reality show, Pedro falou sobre a sua entrada na casa e o combinado com a ex-mulher. "Contei pra ela. Eu tive que falar pra ela, ela é mãe dos meus três filhos. Porque eu tinha um combinado com ela que ia ficar um mês com as crianças agora. A minha mulher atual foi muito parceira", explica o surfista.
Já modelo Cintia Dicker, a atual namorada de Scooby, disse que o rapaz comunicou à ex sobre a participação no reality e, em comum acordo, os dois estabeleceram uma nova rotina para os pequenos até o fim do programa. “Após a confirmação dele no BBB, Luana e Pedro tiveram uma conversa e ficou tudo resolvido. Não se preocupem com as crianças, elas estão comigo agora, está tudo certo”, disse a modelo nas redes sociais.
Em entrevista ao UOL, Luana Piovani contou como eles resolveram a situação das crianças. "Eu acho que o Pedro já é o grande vencedor desse 'Big Brother'. Isso porque ele tem duas mulheres segurando a onda dele, né, meu amor? Ele tem a Luana, que é a ex, e a Cíntia, que é a atual. Se ele não é o vencedor, não sei quem é. O Pedro tem duas mulheres que vão cuidar das demandas dele muito melhor do que ele cuidaria!".
Com a entrada de Scooby no programa, muita gente questionou se ele poderia perder a guarda dos filhos. Mariana Perim, advogada especialista em Direito de Família e presidente da Comissão de Direito Sucessório do Instituto Brasileiro de Direito de Família do Espírito Santo (IBDFam/ES), explica que, em situações em que há a guarda compartilhada dos filhos, é necessário que os genitores conversem e que seja sempre comunicado quando um deles precisar passar um tempo afastado do(s) filho(s).
"E quando um dos pais desrespeita o que estiver estipulado no acordo de guarda compartilhada, o outro pode ajuizar uma ação apontando que a sentença não está sendo cumprida, o que pode fazer, inclusive, com que uma das partes perca o direito à guarda", detalha.
A advogada diz que não há necessidade que o comunicado seja realizado judicialmente. "É importante que ambas as partes estejam em consenso, pois um dos pais não pode se ausentar sem que isso esteja perfeitamente alinhado com o outro", explica.
E também não há nenhuma ordem específica que determine como deve seguir a divisão do tempo de convívio entre os pais e as crianças. Geralmente, os pais realizam um acordo para determinar os períodos de convívio não somente no dia a dia, mas também em finais de semana, feriados e férias.
Mariana Perim ressalta que, em caso de descumprimento do acordo, o genitor que se ausentar pode estar sujeito à multa, alteração no tempo de convívio ou até mesmo perder a guarda compartilhada, que pode passar a ser unilateral.
"Além disso, pode ser encaminhado a serviços comunitários, fazer sessões de terapia ou reabilitação e orientação, conforme previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente".
Com as discussões (e alguns desentendimentos) entre os adultos, como fica a situação das crianças? A psicóloga e psicanalista infantil Bianca Martins conta que pai e mãe são funções e como tais devem ter como responsabilidade o cuidado compartilhado do filho.
"É fundamental que tanto o pai quanto a mãe conheçam as necessidades de seus filhos e respeitem seus ritmos. Quanto menor a criança maior será a necessidade de uma rotina mais estruturada. Horários de dormir, de comer, de frequentar creche, escola e de ter tempo de qualidade em família. É claro que o estilo de cada pai também deve ser resguardado e considerado. Afinal é importante para a criança que a mãe e o pai não façam tudo igual. A relação da criança com os pais é o seu primeiro modelo de alteridade. Ou seja, de respeito às diferenças".
A profissional explica que é importante construir com a criança uma relação de respeito e confiança e de modo algum usá-la para obter informações sobre o ex-cônjuge e muito menos fazer críticas com a criança. "Isso se chama alienação parental e abala profundamente o vínculo com ambos os pais", ressalta Bianca.
Por isso, se o genitor decide passar um tempo longe dos filhos pequenos, também é preciso avisá-los. "Crianças são sujeito e não objetos. E ela tem o direito de ser informada a respeito de todos os aspectos que impacte a sua vida. A ausência de um dos pais por qualquer motivo deve ser comunicada à criança. De preferência pelo genitor que se ausentará. Não há necessidade que a conversa seja com ambos, pai e mãe. Mas o outro genitor precisa ser informado", afirma Bianca.
A psicanalista infantil fala sobre o que fazer para que a ausência do genitor (por algum tempo) não afete a vida dos pequenos. "Toda ausência afeta a vida da criança. E impossível que isso não ocorra. O que é bem diferente de uma ausência traumática. Principalmente se for por um longo período. Hoje com a tecnologia que conecta pais e filhos em tempo real, a ausência física pode ser mais aplacada. Vídeo-chamadas são bem-vindas, assim como reservar um tempo no dia para fazer junto alguma tarefa de rotina, como o dever de casa e brincar. O importante é a criança saber que aquele pai ou mãe que não está presente tem sua presença resguardada pelo outro que está cuidando dele. Ou seja, garantindo sua presença, mesmo na ausência".
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