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Publicado em 6 de julho de 2022 às 18:17
O ator Marcelo Serrado revelou que ainda lida com as consequências da síndrome do pânico. Ele foi diagnosticado durante a pandemia e ainda usa medicamentos para evitar as crises. "Estou medicado até hoje. Eu sentia a mão formigando e o coração disparado. Estava num hotel fazendo um trabalho, o ator Eduardo Galvão tinha morrido (de Covid-19) e três dias depois tive isso", contou em entrevista ao jornal O Globo.
"Era um cara da minha idade, aquilo detonou algo em mim. Sucumbi e falei: 'Vou morrer'. Liguei na minha casa e ninguém atendeu, fui parar na minha sogra, que ligou para um médico", disse Marcelo, afirmando que, toda vez que ia para um hotel, tinha um gatilho.
"Teve um dia que estava na cama com meus filhos, tranquilo, e o coração começou a disparar. Pensei: 'Está tudo bem, estou aqui deitado com meus filhos"'. Comecei a respirar e foi melhorando. Porém, até eu chegar nesse ponto... Remédio e meditação transcendental me ajudaram muito".
A síndrome do pânico é um ataque intenso de ansiedade acompanhado por sentimentos de adversidade. A ansiedade é caracterizada por períodos distintos de medo exorbitante que podem variar de ataques durante um dia a apenas poucos ataques durante um ano. O médico Rafael Riva, da Aube Cuidados da Mente, diz que a síndrome é uma condição em que há crises súbitas de ansiedade, medo e desespero.
"O ataque com frequência começa com um período de 10 minutos de sintomas rapidamente crescentes. Os principais sintomas mentais são medo extremo e uma sensação de morte e tragédia iminentes. Os pacientes em geral não podem designar a fonte de seu medo; podem se sentir confusos e ter problemas para se concentrar. E os sintomas físicos costumam incluir taquicardia, palpitações, dispneia e sudorese".
Os principais sintomas físicos são:
O médico diz que qualquer pessoa pode desenvolver síndrome do pânico, porém as mulheres têm três vezes mais probabilidade de serem afetadas do que os homens. "Um importante fator social identificado que contribui para o desenvolvimento desse transtorno é a história recente de divórcio ou separação. O transtorno costuma surgir na idade adulta jovem – a idade média de apresentação é em torno dos 25 anos –, mas tanto transtorno de pânico como agorafobia podem se desenvolver em qualquer idade".
Os dois tratamentos mais eficazes são a farmacoterapia e a Terapia Cognitivo e Comportamental. É importante buscar um médico o quanto antes, após o aparecimento dos sintomas. "Uma vez eficaz, o tratamento farmacológico, em geral, deve continuar por oito a 12 meses. Dados indicam que o transtorno de pânico é uma condição crônica, talvez para toda a vida, com recorrência quando o tratamento é interrompido. Estudos relataram que 30 a 90% dos indivíduos com a condição que receberam tratamento bem-sucedido têm uma recaída quando a medicação é interrompida", explica o médico.
Os casos não tratados de transtorno do pânico evoluem, geralmente, com uma perda funcional importante, com isolamento social do indivíduo e podem naturalmente precipitar a ocorrência de outros transtornos, como a Transtorno Depressivo Maior, por exemplo.
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