Administrador / [email protected]
Publicado em 3 de agosto de 2023 às 18:25
A cantora Joelma, de 49 anos, anunciou que se afastará dos palcos por tempo indeterminado por conta de um problema de saúde. Nesta semana, Natália Sarraff, filha da artista, usou sua conta do Instagram para atualizar os fãs sobre o estado de saúde da mãe. De acordo com ela, Joelma está se recuperando de uma sinusite bacteriana, que iniciou há um mês.
“Só para deixar a galera tranquilizada. A minha mãe estava com sinusite bacteriana há três ou quatro semanas. Foi a primeira vez que ela ficou no hospital, internada, mas, graças a Deus, está curada. Agora, ela está sim recebendo todos os cuidados para fazer todos os exames, tirar todas as dúvidas, mas está bem”, contou.
A filha ainda comentou: "Foi depois do São João, todo mundo gripou, ela também e pegou a sinusite. Quando gripa, quem tem sinusite sabe como é. Tá tudo bem e já, já, ela aparece aí para vocês”, explicou.
O PhD em Otorrinolaringologia, Giulliano Luch, da Unimed Vitória, explica que a sinusite bacteriana é um processo infeccioso das cavidades nasais e dos seios paranasais de origem bacteriana.
"Ela pode ser causada por bactérias adquiridas quando a gente pega esse processo infeccioso de outra pessoa, ou pode ser causada por bactérias que normalmente vivem na mucosa do trato respiratório superior e, por algum motivo, há um desequilíbrio dessa colonização bacteriana normal. Assim, as bactérias se proliferam demais e se tornam patogênicas".
O médico conta que a sinusite pode ser de várias etiologias, como alérgica, inflamatória, fúngica ou bacteriana. Na maioria das vezes são as mesmas etiologias da gripe e do resfriado.
"A sinusite bacteriana é quela em que ocorre infecção bacteriana. Ela costuma ser mais grave, os sintomas são mais proeminentes. O paciente fica mais incomodado, com menos disposição para as atividades, a dor costuma ser maior, piora a obstrução, com secreção infecciosa purulenta, e ela pode originar mais complicações", diz Giulliano Luch.
A cantora Joelma chamou a atenção por surgir com o rosto bastante inchado. O otorrinolaringologista explica se isso pode ter ligação com a doença. "O rosto inchado pode ser em decorrência de edema pela doença na região dos seios da face, mas também pode ocorrer o edema de face por causa do das medicações usadas no tratamento. Não dá para afirmar nem uma coisa nem outra, mas um edema de face sim, pode ter relação com um quadro de sinusite bacteriana infecciosa", ressalta Giulliano Luch.
A otorrinolaringologista Giselle Ronacher, da Rede Meridional, conta que geralmente a sinusite bacteriana é uma complicação após um quadro de infecção de via aérea superior, ou seja, após uma gripe ou resfriado quando o paciente se mantém com os sintomas e há, principalmente, uma piora deles como início de tosse, febre, dor na face, dor na arcada dentária e o aumento da secreção nasal.
A médica explica que, entre principais sintomas, após um quadro de infeção da via área superior, estão secreção nasal extensa, esverdeada, febre, dor facial e tosse com a piora após o quinto dia. Os sintomas podem se prolongar por mais de dez dias. "O diagnóstico é feito com exame físico e a história do paciente. E o otorrinolaringologista, às vezes, usa também exames de vídeoendoscopia nasal pra auxiliar no diagnóstico", diz Giselle Ronacher.
Giulliano Luch diz que geralmente o tratamento é feito com medicações que visam diminuir a resposta inflamatória, o edema e a secreção, levando à diminuição da dor.
"Também são usados antibióticos, quando temos uma sinusite infecciosa bacteriana, para controlar a infecção. Alguns pacientes têm um quadro mais crônico, quando há evolução por mais de três meses da doença, tendo um controle clínico mais difícil. Quem não melhora com o tratamento clínico, deve ser avaliados para saber se são ou não elencados para um tratamento cirúrgico definitivo. Dessa maneira, o paciente tem uma melhor resposta ao tratamento e um melhor controle da doença".
O médico conta que no caso de um cantor, a sinusite infecciosa bacteriana pode atrapalhar o exercício da função do profissional por vários aspectos, não só pela dor e pela obstrução nasal, que já muda toda a dinâmica respiratória do ato de cantar, mas também pelo edema que há na árvore respiratória superior.
"Há uma alteração de toda ressonância aérea para a emissão da voz. O cantor, nesse estado, pode ter dificuldade de atingir certos timbres vocais. Ele vai ter mais desconforto para cantar. A voz precisa idealmente ser poupada, porque há um edema na árvore respiratória superior, inclusive na laringe e nas pregas vocais. O exercício da função de cantor pode ser prejudicado por mais tempo caso haja insistência em cantar nessa condição", finaliza Giulliano Luch.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta