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Publicado em 3 de julho de 2023 às 16:40
O ator Stenio Garcia, 91, foi internado no último sábado (1º), com um quadro de septicemia aguda grave, em um hospital no Rio de Janeiro. A infecção generalizada no sangue causada por bactéria tem gerado fortes dores no quadril e nas pernas do ator.
O ator está consciente e respirando normalmente, sem máscara de oxigênio. Stenio passou por uma bateria de exames -tomografias do crânio, do abdômen e do pulmão- e teve uma leve melhora após a administração de antibiótico intravenoso.
Stenio Garcia fez a harmonização facial há um mês. A proximidade entre o procedimento estético, realizado pelo ator em junho, e seu atual quadro de saúde gerou dúvidas. Mari Saade, mulher do ator, negou que a causa da inflamação do artista foi a realização de uma harmonização facial.
"Está descartada a relação com procedimentos estéticos ou com a harmonização facial realizada pelo ator há um mês", disse Mari em publicação nos stories do Instagram.
A septicemia, mais conhecida como sepse, é uma inflamação generalizada deflagrada pela resposta do organismo a uma infecção fora de controle, que normalmente se inicia nos pulmões, nos rins, no abdômen, na bexiga, na pele ou no sistema nervoso central. Pacientes com sepse podem ter sintomas como febre, fraqueza, sonolência, dificuldade para respirar, redução da produção de urina, pressão baixa e elevação dos batimentos cardíacos.
A dermatologista Pauline Lyrio diz que a chance da harmonização facial causar septicemia é baixíssima. "É um procedimento que envolve uso de preenchedores para aprimorar os traços e corrigir pequenas imperfeições da face. Quando executado por profissionais qualificados e habilitados, em ambientes com estrutura adequada, com boa assepsia da pele, técnica adequada e produtos de qualidade, a chance de esse procedimento causar septicemia é baixíssima".
As infecções são muito mais comuns em ferimentos ou procedimentos cirúrgicos. "Isso porque as condições envolvidas nessas situações favorecem uma maior chance de contaminação. Porém, todo procedimento, mesmo que minimamente invasivo, como é o caso dos procedimentos estéticos faciais, tem o potencial risco de haver contaminação durante ou posteriormente sua execução. De todo modo, ainda que ocorra algum tipo de infecção por contaminação, normalmente, a infecção costuma ser restrita à pele e, se prontamente detectada e bem conduzida pelo médico assistente, dificilmente evolui para quadros de septicemia", alerta Pauline Lyrio.
O infectologista Luiz Henrique Borges, da Rede Meridional, diz que, apesar da cirurgia facial poder causar infecção, o risco de septicemia é muito mais baixa do que, por exemplo, a cirurgia torácica, abdominal ou pélvica. "Condições que aumentam o risco são a idade, pessoas mais idosas, e aquelas com doença de base com corticoide ou que já tem uma doença imunossupressora. Ou nas cirurgias em que são colocadas grandes quantidades de corpo estranho, como ácido hialurônico e outros. Porque são conteúdos introduzidos de fora pra dentro. E na medida que isso acontece eles podem funcionar como veículos e bactérias".
Mesmo não sendo comum, há riscos de contaminação. "Não são comuns e, quando acontecem, são difíceis de resolver porque costumam ter infecções em fase. Muitas vezes acontecem infecções complicadas em abdominoplastia, plástica de abdômen, pois existem esticamentos de pele muito grande, uma retirada agressiva. Essas cirurgias tem mais cortes, mais retiradas e geram também, uma alteração na drenagem linfática natural", diz Luiz Henrique Borges.
O médico ressalta que, quando as infecções ocorrem, geralmente são por causa de uma maior quantidade de corpo estranho, dentro de materiais, que são injetados na pele, embaixo da pele no organismo do paciente. "Não são casos tão frequentes, mas quando acontecem, são difíceis de resolver, pois o material vai se integrando junto do tecido da pele subcutânea. Quando tem uma bactéria, fica mais difícil para abrir, retirar aquele material que foi colocado, sem que não cause um estrago estético. Esses procedimentos no rosto costumam ter menos cortes e, geralmente, não têm grandes riscos", finaliza o médico.
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