As línguas de sinais são línguas utilizadas pelas comunidades surdas. Crédito: Freepik
Você sabia que no Brasil, há quase 11 milhões de pessoas com deficiência auditiva? Qualquer indivíduo pode ter perda de audição, isso não exclui mesmo você que lê minha coluna. Curioso e risível é falar de inclusão em um panorama cheio de exclusão, onde você, querida pessoa que ouve num mundo feito para você, pode passar a fazer parte dos 5% da população que está no silêncio.
Se te comove o fato que poderia ser você, eu trago 5 informações que você deve saber sobre essa minoria que deve sim ser ouvida (sim, o texto de hoje terá muitas dissonâncias).
Nem toda pessoa com deficiência auditiva é surda
Em geral, a pessoa com perda parcial é chamada pessoa com deficiência auditiva e a pessoa com perda total é chamada surda. A comunidade surda não utiliza o termo deficiência auditiva, já que entendem que não existe um déficit, e usam apenas outra forma de comunicação, substituindo a fala pelos sinais.
Língua de sinais não é mímica
As línguas de sinais são línguas utilizadas pelas comunidades surdas. As línguas de sinais apresentam as propriedades específicas das línguas naturais, com diferenças em cada país ou região. São construções com estrutura e conectivos, não são gestos espontâneos.
Surdez tem diversidade
Existem os surdos sinalizados (que dependem 100% de Libras) e os oralizados (que dependem da oralização), os surdos que usam aparelho auditivo, os que usam o implante coclear e os que não usam nada. Apenas 1,8 % das pessoas com alguma dificuldade de ouvir (perda leve a moderada) sabem falar a Língua Brasileira de Sinais. Já entre o grupo que alega não conseguir ouvir de modo algum, 35,8% sabem usar a Língua de sinais, ou seja, Libras não é sinônimo de acessibilidade.
Existem divergências que permeiam a surdez e a família
No caso do implante coclear, por exemplo, existem famílias que desejam esperar a criança crescer para que ela mesma decida se gostaria de realizar a implantação, quando a recomendação clínica seria de fazer a cirurgia quanto antes (de preferência numa fase pré-lingual). Outra polêmica é a da família decidir se a criança surda receberá educação em sinalização ou não. A busca é por autonomia, mas nesse caso, a criança pode ser educada e mais tarde decidir se quer usar ou não.
Surdos e deficientes auditivos são pessoas
Chega a ser absurdo falar disso, mas até o óbvio precisa ser dito. Pessoas com deficiência auditiva são pessoas que percebem pela sua linguagem corporal quando você fala delas, que amam como você, que frequentam os mesmos locais que você. O preconceito relativo as pessoas com deficiência auditiva se chama audismo e deve ser superado.
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