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Publicado em 24 de março de 2023 às 08:00
A tuberculose é uma doença contagiosa causada pela Mycobacterium tuberculosis e afeta prioritariamente os pulmões (80% dos casos), mas pode atingir outros órgãos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é a segunda nação do mundo em mortes pela doença, matando aproximadamente 4.700 pessoas todo ano. E hoje é o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, data escolhida para alertar as pessoas sobre a prevenção e o tratamento da doença.
O pneumologista Rafael Faraco, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, conta que os principais sintomas da doença são: tosse que dura três semanas ou mais, febre alta que se manifesta normalmente no final do dia, sudorese noturna, cansaço excessivo, perda de apetite e emagrecimento.
A pneumologista Monique da Silva Pessi, da Rede Meridional, diz que é uma doença infectocontagiosa que afeta principalmente os pulmões, mas também pode acometer pleura, gânglios linfáticos, pele, ossos, sistema urinário e meninges. "O contágio acontece pelo ar, através da tosse, do espirro e da fala da pessoa que está doente. A bactéria pode permanecer por um período de até oito horas no ambiente, ainda mais quando este não é ventilado e arejado. Muitos casos novos são atribuíveis a cinco fatores de risco: subnutrição, infecção pelo HIV, transtornos relacionados ao uso de álcool, tabagismo e diabetes".
Segundo o Ministério da Saúde, uma pessoa em comunidade que não esteja tratando a condição pode transmiti-la para cerca de 10 a 15 pessoas no período de um ano.
"Algumas pessoas são mais propensas a desenvolver a tuberculose, devido a imunidade baixa, por isso, é essencial se atentar a fatores de risco como o câncer, diabetes, pessoas que são HIV positivo, assim como o alcoolismo e o tabagismo também podem aumentar as chances de desenvolver a doença", diz Rafael Faraco.
O pneumologista explica que a vacina BCG não oferece eficácia 100% na prevenção da tuberculose pulmonar, mas sua aplicação em massa permite a prevenção de formas graves da doença com o a meningite tuberculosa e a tuberculose miliar (forma disseminada) que deve ser tomada até os cinco anos. "No entanto, além da prevenção, a conscientização sobre o tratamento da tuberculose é essencial para a diminuição da mortalidade pela condição", conta Rafael Faraco.
Outra forma de diminuir a frequência de casos da tuberculose é adotar uma vida mais saudável com prática de exercícios físicos, alimentação saudável, frequentar ambientes limpos e arejados e evitar locais em que pessoas com suspeita da doença estão presentes. Nesse contexto, é importante ter o devido controle também dos familiares em torno do paciente diagnosticado para que, caso também estejam com a tuberculose, não transmitam para outras pessoas.
"A partir do momento que o paciente tenha suspeita de estar com tuberculose, o correto é buscar atendimento médico o mais rápido possível para que a doença não se agrave – podendo levar a óbito e aumentando o risco de transmissão para outras pessoas –, assim como é importante não interromper o tratamento", ressalta Rafael Faraco.
Outro desafio do cuidado com a tuberculose é não interromper o tratamento que dura cerca de seis meses e, caso seja paralisado pode levar a consequências como resistência aos medicamentos em possível agravamento ou complicação da doença.
"A principal motivação para o abandono do tratamento, além do longo prazo, é a melhora dos sintomas que ocorrem já nas primeiras semanas, a qual faz com que as pessoas se sintam devidamente 'curadas' e parem de tomar as medicações por conta própria. No entanto, somente o médico poderá suspender o tratamento no momento correto", finaliza o pneumologista Rafael Faraco.
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