Varíola do macaco: autoridades pedem atenção a sinais na área genital

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos EUA, alerta às pessoas que fiquem atentas a erupções cutâneas, principalmente na “área genital ou perianal”

Vitória
Publicado em 26/05/2022 às 16h53
Varíola do macaco

As lesões de pele começam como uma mancha vermelha. Crédito: Shutterstock

A varíola de macaco causa erupções que viram 'bolinhas' com menos de cinco milímetros de diâmetro pelo corpo. Além dos sintomas comuns - que incluem febre, dor de cabeça, dor intensa no corpo, desânimo e muita fraqueza -, as autoridades pedem atenção a sinais na área genital. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos EUA, alerta às pessoas que fiquem atentas a erupções cutâneas, principalmente na “área genital ou perianal”. 

A orientação se baseia nos casos atuais, em que vários pacientes desenvolveram erupções cutâneas na região genital confundidas com doenças sexualmente transmissíveis.

"Temos uma proporção maior de casos em que as erupções cutâneas podem começar mais localmente e permanecerem mais locais, possivelmente por causa da natureza do contato. Estamos vendo mais casos em que as erupções cutâneas começam na região genital – o que não é novo, sempre houve – e com mais frequência tendem a permanecer nela”, disse a secretária de varíola do Programa de Emergências Sanitárias da Organização Mundial da Saúde (OMS), Rosamund Lewis.

A infectologista Melissa Fonseca Andrade diz que, até agora, o vírus não foi descrito como uma doença sexualmente transmissível, mas pode ser passado durante a relação sexual pela proximidade entre as pessoas envolvidas.

"Não tem confirmação de transmissão sexual, pelo sêmen e líquido que lubrifica a vagina durante o ato sexual da mulher. Como as lesões da varíola do macaco se concentram bastante na região genital, acaba que essa relação sexual predispõe a transmissão devido ao contato muito próximo. Além disso, as chances de romper essas lesões na pele são grandes, sem falar nos outros tipos de carícias, como os beijos", diz a médica.

LESÕES

A doença não se espalha facilmente porque não contamina o ar como uma doença de transmissão aerosol. Após passada a fase chamada ataque, que dura 5 dias, começam a aparecer as leões no corpo. "As lesões de pele começam como uma mancha vermelha, viram uma bolha e depois uma casquinha. Primeiro no rosto, uma grande concentração, depois desce pro tronco e os membros inferiores. Essa varíola tem uma localização muito predominante na região genital. É semelhante o herpes e a catapora", conta Melissa Fonseca Andrade.

Não existe um tratamento específico para a doença. "O tratamento é realizado com remédio para dores, para febre, além de uma uma hidratação rigorosa. As formas graves, que podem evoluir para casos de inflamação no cérebro, pneumonia e miocardite, precisam de internação para o vírus ser eliminado", explica a médica.

A forma de se prevenir da doença é muito semelhante a todas doenças de transmissão por gotículas. Por isso, é fundamental:

  • Higienizar bem as mãos;
  • Lavar bem as mãos após secreções respiratórias ou contato com outras pessoas, em especial aquelas que estejam com sintomas;
  • Uso de máscara;
  • Manter o distanciamento;
  • Manter a higienização adequada do corpo;
  • Pessoa com os sintomas deve evitar sair em público e, se possível, ficar isolada.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está pedindo reforço de medidas não farmacológicas, como distanciamento, uso de máscara e higienização frequente de mãos, em aeroportos e aeronaves, para retardar a entrada do vírus da varíola dos macacos no Brasil.

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