Varíola dos macacos: Sociedade Brasileira de Infectologia alerta sobre cuidados
O Ministério da Saúde confirmou hoje a primeira morte por varíola dos macacos no país, em Minas Gerais. É preciso atenção ao se diagnosticar lesões cutâneas
A pessoa infectada costuma ter febre, dor de cabeça, dores musculares, fadiga e inchaço nos linfonodos Crédito: Shutterstock
A varíola dos macacos é uma zoonose viral, ou seja, é transmitida de animais para humanos. A doença é causada pelo vírus monkeypox (varíola dos macacos, em inglês), pertence à mesma família (poxvírus) e gênero (ortopoxvírus) da varíola humana - erradicada em 1980. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a varíola dos macacos já é uma emergência sanitária global.
O Ministério da Saúde confirmou hoje a primeira morte da doença no país, em Minas Gerais. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, um homem de 41 anos, natural de Uberlândia (MG), morreu em um hospital de Belo Horizonte ontem (28). Ainda segundo a secretaria, o paciente estava em acompanhamento hospitalar para monitoramento de outras condições clínicas graves.
Apenas cinco pessoas morreram pela doença em todo o mundo durante o surto atual, de acordo com dados da OMS divulgados ontem.
ALERTA
Mediante ao aumento de casos da Monkeypox no Brasil, e sendo a região anogenital uma das mais atingidas com os sinais da doença, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) e a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), divulgaram nota que alerta à população, à classe médica e os demais agentes de saúde sobre como se proteger da doença.
Veja como se proteger:
Uma vacina já foi aprovada, mas ainda não se encontra amplamente disponível. A expectativa é que chegue em breve e beneficie principalmente as equipes de saúde e as comunidades de maior risco.
Higiene frequente das mãos com álcool 70% ou com água e sabão, evitar contato próximo com pessoas que possam apresentar quadro clínico compatível, evitar compartilhamento de objetos, incluindo roupas de cama e toalhas.
Reduzir o número de parceiros sexuais nesse momento.
Toda pessoa que apresente quadro clínico suspeito deve manter isolamento e evitar compartilhamento de objetos de uso pessoal até exclusão do diagnóstico ou completo desaparecimento das lesões.
Indivíduos que tiveram contato com pessoas infectadas devem permanecer em alerta e vigilância próxima, tanto para que tenham assistência, em caso de doença, quanto para evitar a onda de transmissão.
A epidemia atual não se correlaciona com a transmissão de animais para humanos. Assim sendo, não se justifica nenhum tipo de atitude e, muito menos, crueldade em relação aos animais, incluindo os macacos.
As entidades também falaram sobre as medidas importantes que devem ser adotadas ao se diagnosticar lesões cutâneas, especialmente vesículas, pústulas e crostas na região anogenital, ainda mais quando antecedidas ou acompanhadas por febre, gânglios aumentados e dolorosos (“ínguas”) e lesões em outras partes do corpo. Veja as medidas:
Como o quadro clínico pode se assemelhar ao de outras afecções, como IST's e outras condições e dermatoses, é bem provável que a doença seja subdiagnosticada e, portanto, subnotificada. Por isso, com o crescimento da epidemia é importante levar em consideração as lesões da Monkeypox, mantendo um elevado índice de suspeição.
Por tratar-se de doença de notificação compulsória, a SBU e a SBI recomendam que, diante de suspeita, que se acione a Vigilância Epidemiológica de cada região para orientações quanto à coleta de amostra e análise laboratorial, e, sempre que possível, seja feito um registro fotográfico das lesões.
O paciente deve ser tratado com base no seu quadro clínico e deve ser colocado em isolamento ou observação e aconselhado a evitar contato com outras pessoas enquanto tiver lesões de pele, incluindo as com crostas, pois também são infectantes.
Segundo a OMS, até o momento, os homens que fazem sexo com homens (HSH), especialmente os que têm múltiplos parceiros, estão entre as pessoas com maior risco.
Em caso de qualquer sinal ou sintoma, o aconselhamento é evitar contatos próximos com outras pessoas e procurar um serviço de atendimento médico.
A SBU e a SBI são solidárias às pessoas acometidas pela doença e não apoiam nenhum tipo de discriminação.