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Vasectomia acaba com a ejaculação? Médicos explicam o que acontece

O procedimento impede o homem de ter filhos. A cirurgia interrompe a circulação dos espermatozoides produzidos pelos testículos e conduzidos para os canais que desembocam na uretra, impedindo a gravidez

Publicado em 12 de julho de 2023 às 11:27

Vasectomia acaba com a ejaculação?
A vasectomia torna o homem estéril, mas não interfere na produção de hormônios masculinos nem em seu desempenho sexual Crédito: Shutterstock

A vasectomia é um procedimento cirúrgico que consiste em secção e ligadura dos ductos deferentes, que são os canais responsáveis pela condução dos espermatozoides, por onde eles passam saindo dos testículos em direção à próstata e vesículas seminais.

O urologista Charbel Sassine El Zoghbi, da Unimed Vitória, explica que o acesso é realizado pelo escroto, com um pequeno corte de cada lado ou um corte único na rafe escrotal. "A cirurgia é realizada identificando e dissecando os canais deferentes, onde são seccionados e ligados com fio inabsorvível, na maioria das vezes se utiliza fio de náilon".

E a dúvida que muitos homens têm é se a cirurgia pode acabar com ejaculação. O médico é enfático: "Não, a ejaculação acontece normalmente, o volume dos espermatozoides no esperma não passa de 0,5%". 

A cirurgia pode ser realizada com anestesia local ou associada à sedação. "Após o procedimento, como em toda pequena cirurgia, existe sim dor, porém em pequena intensidade, controlada muito bem com medicamentos", diz o médico.

"A dor da cirurgia normalmente fica por 2 a 3 dias, porém existe um possível desconforto testicular que pode estar associado à manutenção da produção dos espermatozoides e, como não tem para onde sair, acontece um aumento da pressão intratesticular e do epidídimo, causando esse desconforto. Normalmente ele melhora com o passar do tempo"

O médico diz que a vasectomia não causa mudanças nos hormônios do homem. E também não afeta a estética. "Pelo corte ser tão pequeno, não afeta a estética", diz Charbel Sassine El Zoghbi. 

E A EREÇÃO?

O urologista Carlos Chagas, da Rede Meridional, explica que a vasectomia é um procedimento cirúrgico que impede o homem de ter filhos. "A cirurgia interrompe a circulação dos espermatozoides produzidos pelos testículos e conduzidos para os canais que desembocam na uretra, impedindo a gravidez".

A vasectomia torna o homem estéril, mas não interfere na produção de hormônios masculinos nem em seu desempenho sexual. "O corte do canal deferente impede apenas a chegada dos espermatozoides até a uretra. O líquido produzido na próstata e na vesícula seminal continua sendo eliminado normalmente durante a ejaculação", conta Carlos Chagas.

"Depois de uma vasectomia, a ejaculação não sofre alterações. Ela permanece a mesma que era antes do procedimento. Tanto a capacidade da pessoa de ejacular quanto a aparência do fluido ejaculado permanecem inalteradas"

O urologista conta também ser mito que o procedimento afeta a ereção. "Muitos homens se recusam a fazer essa cirurgia porque imaginam que ela possa provocar distúrbios de ereção, mas estão completamente enganados. A vasectomia torna o homem estéril, mas não interfere na produção de hormônios masculinos, em seu desempenho sexual, no desejo sexual e no volume liberado de sêmen", explica Carlos Chagas.

Os cuidados para quem decide fazer o procedimento é repouso relativo nas primeiras 24 horas, praticar sexo somente após 5 dias, manter bolsa de gelo no escroto pós-cirurgia, utilizar analgésicos e anti-inflamatórios prescritos pelo médico, além de usar sunga justa nos 30 dias seguintes.

A vasectomia tem reversão, entretanto, é necessária avaliação criteriosa do homem, uma vez que com o passar dos anos, a cirurgia para reverter tende a ter menores chances de sucesso. "A reversão da vasectomia é feita a partir de uma cirurgia minuciosa e delicada. Os ductos cortados durante a esterilização são religados. Os canais modificados durante o procedimento são muito pequenos, por isso a cirurgia requer o uso de microscópio cirúrgico e material de microcirurgia", diz Carlos Chagas.

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