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Publicado em 27 de julho de 2022 às 16:40
As hepatites virais podem não apresentar sintomas durante um período da infecção e passam despercebidas por pelo menos 1 milhão de pessoas no Brasil, que convivem com a infecção sem saber. São doenças causadas por vírus, que podem atingir diretamente o fígado, ocasionando inflamações de diferentes níveis. Existem cinco diferentes vírus que mais causam as enfermidades, conhecidos como Hepatite A, B, C, D e E. Para conscientizar sobre a doença, o 28 de julho é o Dia Mundial de Luta contra Hepatites Virais.
Todas as hepatites compartilham algumas semelhanças, mas é importante ter em mente que são doenças diferentes. “De forma geral, todas vão ter um quadro clínico agudo e um quadro clínico crônico, ou seja, um quadro inicial que depois se desenvolve para uma doença de longo prazo”, diz o hepatologista Leonardo Mota, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.
A hepatite A é a única que se caracteriza apenas pela fase aguda. Nela, sintomas como náuseas, mal-estar, dor de barriga, vômito, diarreia e pele amarelada são comuns e melhoram espontaneamente. “As hepatites B, C e D podem evoluir para uma fase crônica, em que não há muitos sintomas, mas existe a presença de lesões progressivas no fígado, que ocorrem de forma silenciosa e podem levar à cirrose. Esse é o maior risco destas hepatites a longo prazo”, diz o médico.
Os diferentes tipos de hepatites
A hepatite é uma inflamação no fígado que pode ser decorrente de diversas causas: infecção, uso de medicamentos, uso de álcool e outras drogas, doenças autoimunes, metabólicas ou genéticas. A clínica médica Juliete de Fátima Rocha, do Hospital Universitário (UFSCar/Ebserh), explica que o fígado é um órgão essencial do corpo que desempenha mais de 500 funções vitais, como remover as substâncias prejudiciais ao organismo, regular os níveis de açúcar no sangue, produzir hormônios, enzimas e proteínas, entre outros.
Alguns dos sintomas mais comuns são cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. A médica conta que a prevenção das hepatites B, C e D requer atitudes e práticas e seguras, como o uso adequado do preservativo e o não compartilhamento de instrumentos perfurocortantes e objetos de higiene pessoal, como escovas de dente, alicates de unha e lâminas de barbear ou depilar. "Exija sempre materiais esterilizados ou descartáveis em estúdios de tatuagem e piercing, consultórios médicos, odontológicos e manicures". Já as medidas de prevenção para hepatites A e E incluem melhorias no saneamento básico, além de evitar o contato com água contaminada e lavar bem os alimentos antes do consumo.
Para o diagnóstico, é comum a realização de testes rápidos para a obtenção de resultados, mas, segundo o hepatologista, só essa testagem não é suficiente. “Só o teste rápido não é o bastante, pois ele só traz a resposta imunológica. É necessário confirmar a infecção através do PCR, que é feito nas Hepatites B, C e D. Geralmente, é possível encontrar esses testes em regiões que realizam campanhas contra hepatite ou em postos de saúde”, diz Leonardo Mota.
Juliete de Fátima Rocha diz que, em geral, a doença é diagnosticada com uma combinação de exames de sangue, de imagem e alguns casos podem ser necessária a biópsia hepática. "Como já foi exposto, os pacientes podem se apresentar com quadro de hepatite aguda (sintomático), como também podem não apresentar sintomas por um longo período. Ou mesmo já ser diagnosticado em uma fase com sequelas no fígado decorrentes da infecção".
A médica explica que se houver suspeita de hepatite viral, exames de sangue são realizados para detectar a presença de um vírus específico da hepatite ou de anticorpos produzidos pelo sistema imunológico para combater esse vírus.
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