Insuficiência cardíaca: é uma doença potencialmente grave e que afeta de forma significativa a qualidade de vida. Crédito: Freepik
A insuficiência cardíaca, popularmente chamada de coração fraco, é uma síndrome caracterizada pela incapacidade do coração em bombear sangue rico em oxigênio para atender às necessidades do corpo. Quando não há fluxo sanguíneo suficiente, todos os órgãos têm seu funcionamento afetado.
Trata-se de uma doença potencialmente grave e que afeta de forma significativa a qualidade de vida, com altas taxas de incapacidade e mortalidade.
Segundo a cardiologista Daniele Salas, a insuficiência cardíaca é resultado de todos os fatores que agridem o coração ao longo dos anos. "Tudo que prejudica o coração é uma causa potencial para a pessoa desenvolver a doença. Contudo é importante destacar que existem causas não evitáveis para o desenvolvimento da insuficiência cardíaca, como doenças genéticas e autoimunes que afetam o coração”.
SINAIS E SINTOMAS
- Cansaço persistente em atividades simples, como subir uma escada;
- Queda da pressão arterial;
- Sonolência;
- Desmaios;
- Falta de ar em repouso;
- Piora progressiva do cansaço;
- Inchaço acentuado nas pernas e pés que não melhora;
- Tosse seca que piora ao deitar-se;
- Ganho de peso muito rápido (em dias ou semanas) por acúmulo de líquido no corpo;
- Acúmulo de líquido nos pulmões e abdômen;
- Aumento das veias do pescoço;
- Palpitações.
A médica reforça que a insuficiência cardíaca não aparece do dia para a noite. "Os sintomas podem passar despercebidos. A pessoa pode atribuir os sintomas a outras condições. A medida em que a doença se agrava, os sintomas pioram e levam o paciente a buscar ajuda”, diz a cardiologista.
A insuficiência cardíaca é uma doença grave. "Nos casos mais avançados, por exemplo, a taxa de mortalidade é comparável com alguns tipos de câncer. Ela pode impedir a pessoa de realizar atividades simples do dia a dia, sejam de lazer, de trabalho ou sociais. Outro aspecto é que o tratamento medicamentoso pode implicar em custos altos dependendo do tipo de medicação, consultas, exames e internações”, comenta Daniele Salas.
DOS DOIS LADOS
A insuficiência cardíaca pode afetar um ou ambos os lados do coração. “Para cada lado há sintomas específicos. Quando o lado direito é afetado, o fluxo de sangue para o coração fica lento. A partir disso, o sangue acumulado causa inchaço nas pernas, barriga e dilatação das veias do pescoço”.
No lado esquerdo do coração, a insuficiência cardíaca está relacionada à dificuldade do coração em enviar o sangue rico em oxigênio para o corpo. "Outra implicação é que o fluxo do sangue que volta dos pulmões para o coração fica lentificado. Isso prejudica a troca de oxigênio e causa o acúmulo de líquido nos pulmões, chamado de edema pulmonar”.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da insuficiência cardíaca requer um exame clínico minucioso em que o cardiologista irá levantar todo o histórico médico do paciente, dos familiares e solicitar os exames de laboratório e de imagem.
“O tratamento vai depender de uma série de fatores como estágio da doença, idade do paciente, gravidade dos danos e presença de doenças sistêmicas que afetam o funcionamento do sistema cardiovascular, bem como condições que são consequência da insuficiência cardíaca como o edema pulmonar, a anemia”, reforça a especialista.
Além do tratamento medicamentoso, há casos que podem evoluir para cirurgias, implantes de stents e marca-passo. Nos casos mais extremos, o paciente pode ter indicação para o transplante de coração.
“Um dos pontos mais importantes do tratamento da insuficiência cardíaca é a mudança do estilo de vida. Isso significa que tudo que danifica o coração e a saúde como um todo precisa ser alterado para melhorar a qualidade de vida e impedir a progressão da doença”, finaliza a médica.
HÁBITOS QUE O PACIENTE PRECISA MUDAR:
- Perder peso;
- Praticar atividade física com a recomendação médica;
- Comer de forma saudável;
- Seguir a recomendação da ingestão de líquidos, pois há restrições para quem tem insuficiência cardíaca;
- Parar de fumar;
- Retirar a bebida alcoólica da dieta;
- Realizar o acompanhamento com o cardiologista;
- Controlar adequadamente as doenças sistêmicas que afetam o coração, como o diabetes, colesterol alto, a hipertensão arterial e apneia do sono.
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