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Veja os principais sintomas da infecção urinária em idosos

É fundamental fazer a higiene íntima corretamente, trocar constantemente as fraldas geriátricas, além de não segurar o xixi

Publicado em 21 de junho de 2023 às 08:58

Infecção urinária, dor, incontinência urinária
A infecção urinária em idosos traz mais riscos à saúde do que quando ocorre em jovens Crédito: Shutterstock

A infecção urinária é qualquer infecção que surge no trato urinário, composto pelos rins, ureteres, bexiga e uretra. Habitualmente causada por bactérias, a doença é uma das infecções mais comuns do ser humano, principalmente no sexo feminino. "Estima-se que de 60 a 70% das mulheres terão pelo menos um episódio de infecção do trato urinário durante a sua vida. A cistite, que é a infecção da bexiga, é a forma de infecção urinária mais comum e se caracteriza por sintomas como dor ao urinar e necessidade constante de fazer xixi, mesmo quando a bexiga encontra-se vazia", explica a geriatra Fernanda Damiani, da Samp.

A infecção do trato urinário (ITU) pode acometer pessoas de todos os gêneros e em diversas faixas etárias, porém é mais comum em mulheres, segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia. No entanto, a infecção urinária traz mais riscos à saúde em idosos. "Isso acontece porque, nessa faixa etária, a imunidade é mais baixa, tornando essa população mais vulnerável às doenças e agravamento de condições clínicas. A ITU, geralmente tem origem bacteriana, mas também pode ser causada por fungos", conta Fernanda Damiani. 

A ITU ocorre quando há a invasão de microorganismos no sistema urinário, que permanecem ali por um período maior do que o normal, o que pode acontecer quando a bexiga não é esvaziada com frequência. "Há alguns fatores de risco envolvidos na infecção urinária como o histórico de procedimentos urológicos, o diabetes mellitus, as doenças neurológicas, as obstruções urinárias, a incontinência urinária e a má higienização íntima após urinar, evacuar ou ter relações sexuais", diz Fernanda Damiani.

SINTOMAS

  • Aumento da vontade de urinar;

  • Alterações no odor e cor da urina;

  • Ardência ao urinar;

  • Dores na bexiga (parte inferior do abdome);

  • Pouco volume de xixi ao urinar;

  • Nos casos mais graves de infecção urinária, a pessoa também pode apresentar febre, calafrios, sangue na urina e dor na região lombar

  • Outros sintomas de ITU em idosos são diarreia e, mais importante, a confusão mental.

O geriatra Roni Mukamal, da MedSênior, conta que a infecção urinária é mais prevalente em mulheres porque suas características anatômicas as tornam mais vulneráveis. "A uretra da mulher, além de muito mais curta do que a do homem, está mais próxima do ânus, o que favorece a passagem de micro-organismos para a região. Além disso, na menopausa, a ocorrência também é mais comum por conta da redução na produção de estrógeno, que também protege o sistema urinário".

O médico diz que, às vezes, o próprio organismo dá conta de eliminar as bactérias, mas é importante buscar avaliação médica. "Em geral, o tratamento requer o uso de antibióticos que serão escolhidos conforme o tipo de bactéria encontrada no exame laboratorial de urina", diz Roni Mukamal.

"Quando não tratada, a infecção urinária pode levar a complicações graves, como a infecção dos rins, chamada de pielonefrite - gerando o comprometimento de funções renais -, e até evoluir para uma infecção generalizada que pode levar à morte"

PREVENÇÃO

Para prevenir a doença em idosos é fundamental fazer a higiene íntima corretamente, trocar constantemente as fraldas geriátricas para evitar que as partes íntimas permaneçam em contato com a umidade por muito tempo, além de não segurar o xixi. Veja outras dicas:

  • Sempre passar o papel higiênico de frente para trás. Como a infecção urinária é provocada por bactérias que vêm do períneo e da região anal, na hora de limpar o ânus ou a vagina com um papel higiênico, a direção deve ser sempre de frente para trás, ou seja, o papel passa primeiro na vagina e depois do ânus, nunca o contrário. O objetivo é não arrastar bactérias da região anal em direção à vaginal.

  • Evite uma higiene íntima excessiva. A cistite pode ser provocada por maus hábitos de higiene, mas também por excesso de higiene. A vagina possui sua flora natural de germes, que ajudam a impedir a chegada de bactérias nocivas vindas do ânus.

  • Evite ducha vaginal. O banho de chuveiro é a forma mais segura, porém não se deve direcionar a ducha em direção à vagina. Duchas vaginais não ajudam na higiene íntima e ainda facilitam a migração de enterobactérias.

  • Não use produtos químicos na região íntima. Produtos químicos, como perfumes, desodorantes ou talcos não devem ser usados nas partes íntimas, pois podem provocar irritação. Bactérias se aderem mais facilmente em locais onde a pele encontra-se irritada. Se a região ao redor da uretra estiver inflamada, as enterobactérias terão mais facilidade de colonizar o local.

  • Use toalhas umedecidas. O uso de toalhas umedecidas também pode ajudar na limpeza da região (com o mesmo cuidado de passar de frente para trás).

O médico conta que a infecção urinária pode causar confusão mental nos idosos. "Isso porque um quadro de infecção em um idoso pode provocar redução do fluxo sanguíneo e a consequente a perda de oxigenação capaz de gerar a confusão mental transitória. Há muitas situações em que a família acha que o idoso está tendo um Acidente Vascular Cerebral (AVC), por exemplo, e a confusão é resultado de uma infecção urinária", ressalta Roni Mukamal.

Fernanda Damiani reforça que a hidratação adequada é necessária para a saúde. "Hidratação adequada significa que seu corpo tem água suficiente nos locais corretos e contém a concentração correta de eletrólitos como sódio e potássio. É necessário beber água antes de ficar com sede. É importante especialmente para idosos, porque a idade diminui o mecanismo de sede do corpo. Na realidade, a idade avançada é um dos maiores fatores de risco para desidratação".

A geriatra conta que já existem vacinas compostas por cepas mortas da bactérias causadoras de infecção urinária. "As quatro vacinas atualmente no mercado mundial são: Solco-Urovac, Uro-vaxom, Strovac e Uromune. As vacinas que apresentam administração intra-vaginal ou intra-muscular parecem ser mais eficazes que as vacinas por via oral. O efeito protetor, porém, parece reduzir após alguns meses. No Brasil e em Portugal apenas a Uro-vaxom, que é a vacina em cápsulas por via oral, encontra-se à venda nas farmácias", diz.

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