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Publicado em 20 de abril de 2023 às 14:39
O câncer de esôfago tem cerca de 11 mil novos casos a cada ano. No Brasil, segundo informações do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de esôfago (tubo que liga a garganta ao estômago) é o sexto mais frequente entre os homens e o 15º entre as mulheres, excetuando-se o câncer de pele não melanoma. É o oitavo mais frequente no mundo e a incidência em homens é cerca de duas vezes maior do que em mulheres.
E a campanha Abril Azul-Claro busca a conscientização sobre esse tipo de câncer que tem entre os principais fatores de risco, o tabagismo, o refluxo gastroesofágico e o esôfago de Barrett, associados a hábitos de vida. “O fumo, o consumo de bebidas alcoólicas com muita frequência, a obesidade e a infecção pelo HPV podem influenciar no desenvolvimento desse câncer”, diz o médico Clóvis Klock, presidente da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP).
O esôfago é um tubo muscular oco, com cerca de 25 centímetros de comprimento, localizado entre a traqueia e a coluna vertebral, ligando a garganta ao estômago para transportar os alimentos. O esfíncter, um músculo localizado na porção final do esôfago, controla a passagem dos alimentos e líquidos e também impede o retorno do ácido estomacal e das enzimas digestivas por esse tubo.
Em geral, o câncer de esôfago ocorre em pessoas acima de 50 anos, sendo mais prevalente em homens. Os dois principais tipos desse câncer são o carcinoma de células escamosas e o adenocarcinoma. “A existência do refluxo gastroesofágico pode provocar o chamado esôfago de Barrett, uma lesão considerada pré-cancerosa que acomete principalmente pessoas obesas e com histórico de refluxo gastroesofágico durante muito tempo”, explica Clóvis Klock.
Nos estágios iniciais, o câncer de esôfago não manifesta sintomas. Mas, é importante estar atento a manifestações como: dificuldade de engolir alimentos sólidos e líquidos, desconforto na região do peito, sensação de queimação, indigestão, náuseas, rouquidão, tosse persistente e perda de peso sem motivo aparente.
A investigação diagnóstica se inicia com exames como a endoscopia ou a tomografia e, caso sejam identificadas lesões no esôfago, realiza-se uma biópsia, que consiste na retirada de um pequeno fragmento. A análise das células da lesão é realizada pelo médico patologista, que emite o laudo anatomopatológico com o diagnóstico. “E, se detectado o tumor, esse laudo trará as características do câncer, para que possa ser definido o melhor tratamento”, diz o médico.
De acordo com informações do Inca, o tratamento pode ser feito com cirurgia, radioterapia e quimioterapia, de forma isolada ou combinada, de acordo com o estágio da doença e das condições clínicas do paciente. Casos selecionados de tumores iniciais podem ser tratados por ressecção local durante a endoscopia, sem a necessidade de procedimento cirúrgico formal.
Nos casos onde o objetivo é a cura, os pacientes são inicialmente submetidos a um tratamento combinado com quimioterapia e radioterapia, e posteriormente é feita a cirurgia. Para os tumores muito avançados ou no caso de pacientes muito debilitados, o tratamento tem caráter paliativo (sem finalidade curativa) e é feito por radioterapia combinada ou não à quimioterapia.
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