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Publicado em 1 de novembro de 2021 às 09:28
A palavra veganismo está em alta nos últimos anos. Junto com ela, muitas dúvidas ainda aparecem para pessoas que procuram entender e até se incluir nesse estilo de vida. "HZ" aproveita o Dia Mundial do Veganismo, comemorado neste dia 1º de novembro, desde 1994, para trazer o assunto para pauta.
Você sabe o que é veganismo? A palavra surgiu em 1944 pelo grupo britânico "The Vegan Society", que explica o termo da seguinte forma: "Veganismo é uma filosofia e estilo de vida que busca excluir, na medida do possível e praticável, todas as formas de exploração e crueldade contra animais na alimentação, vestuário e qualquer outra finalidade e, por extensão, que promova o desenvolvimento e uso de alternativas livres de origem animal para benefício de humanos, animais e meio ambiente", diz em seu site.
E muitas pessoas ao redor do mundo estão se tornando adeptas dessa filosofia, que luta contra as formas de exploração de animais. Um levantamento do Google revela que, nos últimos sete anos, a busca pelo termo veganismo triplicou e atingiu seu ápice em 2019. Entre os questionamentos, os internautas elaboram perguntas como ‘O que é comida vegana?’, ‘O que é ser vegano?’ e ‘O que os veganos comem?’.
O termo vai além do vegetarianismo, que possui variações e pode incluir o consumo de ovos e leite na alimentação. Na dieta do vegano, está vetado o consumo de qualquer tipo de carne e produtos de origem animal, o que inclui, além dos ovos e leite citados, o mel, banha e seus derivados como salsicha, manteiga, alguns corantes, entre outros. Isso porque os veganos se preocupam não somente com a morte de animais para a alimentação. Eles estão atentos ao uso de animais em toda uma cadeia produtiva, que vai para o vestuário, lazer e cosméticos, que não podem utilizar animais para testes.
Até mesmo os eventos e alguns produtos, como cerveja e refrigerante, podem ser considerados não veganos. Pintou dúvida né? "É que o veganismo fica de olho em empresas que apoiam a exploração animal. A cerveja pode não ter nada animal em sua composição, mas se a empresa que o fabricou apoia ou patrocina rodeios, circos com animais, rinhas, etc, o produto não é consumido pelos veganos", explica Magda Caliari, ativista e proprietária da Vegetale, marca de vestuário vegana.
"Há ainda a questão de atrações como zoológicos, parques ou aquários, ou ainda as fotos e passeios feitos com animais. Muita gente acha que é uma demonstração de afeto pelos bichos, quando, na verdade, está financiando um sistema de escravidão, confinamento e maus-tratos", destaca a empresária
Por conta desse pensamento, alternativas livres de origem animal são desenvolvidas pela indústria a fim de garantir um ‘lifestyle’ melhor para os humanos, animais e meio ambiente. Há quem pense que é difícil mudar por completo os hábitos, mas basta ficar atento a algumas situações para seguir direito essa filosofia.
Então, digamos, que você aderiu ao veganismo como proposta de vida. O que se deve ficar de olho? A empreendedora de produtos veganos, Lívea Ragazzi, preza muito pela leitura dos rótulos dos produtos, que mostram o que compõe tal biscoito ou maquiagem, por exemplo. Mas, para facilitar, ela listou alguns pontos para quem está entrando neste estilo de vida.
Na hora da alimentação, sempre vale ter em mente que não se pode comer carnes de todos os tipos e alimentos de origem ou que contenham qualquer resíduo animal. Assim, leites, queijos, manteiga, salsichas, ovos, albumina, mel, banha, corante cochonilha, gelatina, entre outros, estão fora da dieta, destaca a Associação Brasileira do Veganismo. Lívea ainda pontua a importância a esses dois ingredientes que podem passar despercebidos, mas que também são importantes.
Soro do leite: poucas pessoas sabem, mas o soro do leite está presente em pães, biscoitos, ricota e até no leite de coco. Para consumir esses produtos, é sempre bom perguntar no estabelecimento se há a opção vegana.
Produtos com sabor morango: o que não é vegano, na verdade, é a coloração vermelha sintética. A cor que imita a fruta é feita a partir de um inseto, sendo repreendido pela comunidade vegana. Ou seja, é preciso buscar outras alternativas para esses tipos de produtos.
É recomendável evitar o consumo de cosméticos e medicamentos testados em animais ou que contenham componentes animais na formulação: sabonetes feitos de glicerina animal, maquiagem contendo cera de abelha e xampu com tutano de boi são alguns produtos vetados pelo veganismo. Lívea cita abaixo alguns elementos que podem passar batido na leitura do rótulo do produto, mas que são importantes para que o produto seja considerado vegano.
Queratina e colágeno: são normalmente extraídos de animais e presentes em muitas linhas capilares como xampus e condicionadores. Mas a indústria encontrou alternativas e, quando o produto é vegano, o fabricante especifica especificar qual a origem vegetal que extraiu o componente. Caso não apareça escrito no rótulo do produto, significa que o produto não é vegano.
Lanolina e cera de abelha: a lanolina é óleo natural obtido através da raspagem da lã de ovelha, sendo muito utilizada na fabricação de maquiagem, batons, hidratantes faciais e corporais. O veganismo acredita que há uma crueldade no processo de raspagem da ovelha, bem como na extração da cera de abelha. A cera é encontrada em vários hidratantes, por isso, é preciso ficar atento na composição do produto.
Neste caso, a regra é clara: não vestir roupas ou sapatos feitos de partes dos corpos de animais: couro, seda, lã, etc. Assim, a indústria se empenha em produzir materiais sintéticos para evitar a crueldade com os animais. No caso do couro, sua versão sintética é feita à base de compostos químicos, como o Poliuretano, ou ecológicos, feitos a partir da seringueira.
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