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Publicado em 28 de junho de 2023 às 10:12
O diabetes ocorre quando o corpo não produz insulina ou não consegue usá-la adequadamente. Este hormônio é responsável por controlar a glicose (açúcar) no sangue — que em excesso acarreta hiperglicemia. O problema afeta, no Brasil, mais de 13 milhões de pessoas, o que representa 6,9% da população nacional, de acordo com informações da Sociedade Brasileira de Diabetes.
"Diabetes mellitus é o aumento de açúcar no sangue, o que chamamos de hiperglicemia. Pode ocorrer devido a defeitos na secreção ou na ação da insulina, um hormônio que é produzido no pâncreas e que tem como função promover a entrada de glicose nas células do organismo de modo que essa glicose possa ser aproveitada na realização das diversas atividades celulares. Quando falta insulina ou há um defeito na ação dela, a glicose aumenta no sangue", explica a endocrinologista Mariana Guerra, da Unimed Vitória.
Além de alterações visuais, sintomas como formigamento nos pés e vontade constante de urinar podem ser um dos principais sinais de diabetes descontrolada. "Um dos sintomas comuns do diabetes é a poliúria (aumento do volume de urina). Isso acontece quando os rins não conseguem reabsorver a glicose filtrada, que é eliminada junto a uma grande quantidade de água, o que gera uma sensação de desidratação no paciente, fazendo com que ele ingira cada vez mais líquidos. Inclusive, outro sintoma comum do diabetes é justamente o aumento da sede", explica Mariana Guerra.
A pessoa com diabetes também pode ter a visão turva ou embaçada porque o cristalino do olho também desidrata. "Quando não tratado de forma adequada, a doença também pode provocar problemas oftalmológicos, como a retinopatia diabética, que é a mais característica, e aumenta o risco de catarata e glaucoma. Se não tratadas, essas doenças podem evoluir para cegueira", alerta a médica.
A médica conta que muitas vezes a doença evolui silenciosamente. E que é importante lembrar que boa parte dos pacientes são assintomáticos durante uma fase longa da doença. "Uma estatística da Federação Internacional de Diabetes mostra que metade dos pacientes com a doença não sabem que têm. Por isso, é importante fazer exames de rotina, dosar a glicemia, para ter o diagnóstico", diz Mariana Guerra.
Existem diversas formas de tratamento. Uma das principais é a melhora do estilo de vida, com a prática de atividade física e alimentação adequada. "Existem vários tipos de medicações e o especialista é quem vai avaliar qual o melhor para cada paciente. Existem medicamentos orais, insulinas e outras medicações injetáveis, que pertencem a uma classe chamada Agonistas do GLP-1. A gama de medicações hoje é bastante ampla, mas o tratamento deve ser sempre individualizado", ressalta a endocrinologista.
Caso o paciente não siga o tratamento adequadamente as complicações vão acontecer. "Tanto as macrovasculares, como infarto e AVC, como as complicações dos vasos pequenos, como os vasos dos olhos, dos rins, e os vasos dos nervos da perna. Como consequência, vem a cegueira, a hemodiálise e a amputação de membros, por exemplo", diz Mariana Guerra.
A médica ressalta que o paciente diabético deve ter uma alimentação saudável, com alimentos de qualidade e quantidades adequadas. Em geral, ele deve evitar os carboidratos simples, como o açúcar e o trigo e optar por boas fontes de carboidratos, de preferência os integrais; além de evitar a ingestão de gordura e comer três porções de frutas por dia. "O exercício físico também é fundamental para o paciente diabético. O ideal são 150 minutos de exercícios por semana, o que equivale, por exemplo, a três dias de 50 minutos de atividade física ou meia hora todos os dias", finaliza.
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