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Publicado em 17 de junho de 2023 às 10:03
O cantor Zezé Di Camargo foi diagnosticado com esteatose hepática, doença que causa acúmulo de gordura no fígado. A informação foi confirmada pela influenciadora e educadora física Graciele Lacerda, ao jornal Extra. A influencer descreve que começou a adicionar alimentos saudáveis na rotina alimentar de Zezé.
"Ele não deixou de comer o que gosta, passou a se sentir mais saciado e o resultado da mudança é nítido. Quando iniciou estava com esteatose hepática (gordura no fígado), hoje, já não tem mais e o percentual de gordura diminuiu, está se sentindo mais disposto", disse.
A esteatose hepática, ou gordura no fígado, é uma condição de saúde que ocorre quando há acúmulo de gordura no interior das células do fígado, órgão responsável por exercer mais de 500 funções fundamentais para o organismo. A presença de gordura no órgão é normal, mas quando atinge o índice de 5% ou mais, o quadro demanda avaliação médica.
A médica gastroenterologista Ariani Bernachi, da Prevent Senior, diz que o aumento da gordura no fígado pode resultar em inflamação e evoluir para doenças graves como cirrose hepática, hepatite gordurosa e câncer. "Entre as principais causas da esteatose hepática estão o consumo crônico de álcool, colesterol alto, aumento de triglicérides, hipertensão arterial, diabetes tipo 2 e obesidade".
A doença pode ser silenciosa ou apresentar alguns sintomas como:
Os principais fatores de risco são o sobrepeso ou a obesidade, os diabetes ou pré-diabetes e a presença de outros distúrbios metabólicos, como hipertensão arterial e dislipidemia (alteração dos níveis de colesterol). Apesar de nem sempre apresentar sintomas, o cansaço e o desconforto abdominal podem sinalizar um fígado gorduroso.
A gastroenterologista e hepatologista Perla Oliveira Schulz Mamone, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, conta que a maioria dos pacientes são assintomáticos, mas podem apresentar alguns sintomas como a fadiga, o mal-estar e o desconforto abdominal. "Normalmente a doença é diagnosticada por acaso, durante a realização de exames por outros motivos, quando então se detecta a presença de esteatose na ultrassonografia ou o aumento das enzimas hepáticas nos exames de sangue".
A esteatose hepática pode evoluir com inflamação crônica no fígado, sendo um importante fator de risco para o desenvolvimento de cirrose hepática, com insuficiência gradual deste órgão e para o surgimento de câncer do fígado, às vezes inclusive com necessidade de transplante do fígado. "A doença gordurosa hepática aumenta o risco de doenças cardiovasculares, como o infarto do coração e o derrame cerebral, problemas renais e outros tipos de tumores associados à obesidade e distúrbios metabólicos", diz a médica.
O gastroenterologista Bruno Brandão Pavan, da Unimed Vitória, conta que as principais causas são o consumo crônico de álcool, a hepatite crônica pelos vírus B ou C e alguns tipos de hepatopatias (medicamentosas ou autoimunes). "Mas atualmente estamos observando um grande aumento de esteatose hepática por problemas metabólicos como obesidade, diabetes, dislipidemia e hipertensão arterial. Para esse subtipo damos o nome de doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA)".
O médico diz que é possível rastrear os pacientes mais suscetíveis através de consulta médica, alguns exames laboratoriais e um exame de imagem (geralmente ultrassonografia abdominal) e, dessa forma, orientar o tratamento. "O atraso no diagnóstico pode significar uma doença em estágios mais avançados como, por exemplo, a cirrose, ou até mesmo outras complicações associadas como o câncer do fígado ou doenças ateroscleróticas (infarto ou derrame cerebral)", Bruno Brandão Pavan.
Já para o tratamento da DHGNA é fundamental uma mudança no estilo de vida, com realização de atividades físicas rotineiras, emagrecimento gradual de cerca de 10% do peso corporal, dieta acompanhada com nutricionista, além do controle do diabetes e dislipidemia.
Os especialistas ressaltam que não existe um remédio que tire a gordura do fígado. E o tratamento deve ser feito de forma individual. "O tratamento inicial mais efetivo é o não farmacológico, que visa a modificação do estilo de vida do indivíduo, com mudança dos hábitos alimentares, evitando o excesso de alimentos industrializados, ricos em gordura e carboidratos e a prática de exercícios físicos, ao menos 150 minutos por semana, priorizando as atividades aeróbicas", diz a hepatologista Perla Oliveira Schulz Mamone.
As atitudes listadas têm como objetivo a perda de peso gradual e de forma saudável. Deve-se evitar também o consumo de bebidas alcoólicas como parte do tratamento. "Juntamente com estas mudanças de hábitos, podemos fazer uso de medicamentos específicos que deverão ser indicados pelo médico especialista, conforme cada caso", finaliza Perla Oliveira Schulz Mamone.
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