'Chuva preta' pode atingir o ES? Veja previsão e entenda o fenômeno
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A combinação entre uma frente fria e a fumaça das queimadas que encobre boa parte do Brasil gerou a chamada "chuva escura" ou "chuva preta" vista nos últimos dias no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. O fenômeno é um reflexo do aumento no número de incêndios pelo país, segundo os especialistas. Considerando a proximidade entre os Estados que já registraram o fenômeno e o panorama que vive o meio ambiente, o Espírito Santo pode ser também atingido?
A Gazeta procurou o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e disse que esse tipo de ocorrência por aqui seria incomum, mas a probabilidade não pode ser descartada. O instituto explica que a "chuva preta" depende de condições atmosféricas específicas, além dos incêndios, e que ela acontece quando as partículas de fumaça que estão na atmosfera são carregadas pela chuva, chegando ao chão com a cor escura.
"A possibilidade de ocorrer chuva escura no Espírito Santo é muito remota, mas não pode ser descartada completamente. Em território capixaba, a formação de chuva escura seria incomum, mas não impossível, caso as partículas resultantes de queimadas locais ou de regiões próximas fossem transportadas e se misturassem às gotas de chuva", informou.
O Inmet ressalta que, apesar da possibilidade da "chuva escura" e considerando inclusive o aumento do número de queimadas no Espírito Santo, o fenômeno costuma acontecer em locais onde há incêndios de grandes proporções. As queimadas mais expressivas causam "liberação massiva de partículas de fuligem e transporte dessas partículas por grandes distâncias".
Apesar da seca no Estado, o Incaper (Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural) aponta que o tempo deve virar nesta terça-feira (17), com possibilidade de chuva em cidades do litoral e das regiões Sul e Serrana. Na quarta-feira (18), há previsão de chuva para municípios das regiões Norte, Serrana, Sul e Grande Vitória.
O Espírito Santo já registrou 518 focos de incêndio neste ano, segundo dados atualizados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O número representa um aumento de 167% — mais que o dobro e já caminhando para o triplo do registrado no mesmo período do ano passado, quando foram contabilizados 194 focos de incêndio.