A revolução tecnológica trazida pela inteligência artificial (IA) tem alcançado setores diversos, mas, no agronegócio capixaba, seu impacto vai além da organização administrativa. Em um momento marcado por eventos climáticos adversos, a IA emerge como uma ferramenta essencial para antecipar soluções. No Espírito Santo, o recurso não apenas monitora plantações, mas também automatiza tarefas, garantindo o fornecimento preciso de água e nutrientes. Colaborando com tecnologias como big data, drones e robôs, também identifica tendências e oportunidades, revolucionando a maneira como as propriedades rurais operam.
Segundo o secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Enio Bergoli, a fusão entre agropecuária e tecnologia já é uma realidade transformadora no Espírito Santo. O tamanho reduzido do Estado não diminui sua produção, impulsionada pela tecnologia, competitividade e qualidade. Com produtos sendo exportados para 130 países, o setor espera continuar sendo uma referência no Brasil, priorizando a necessidade contínua de abraçar avanços tecnológicos.
E as expectativas são muito positivas. No entanto, Enio ressalta que, para ter ainda mais evolução no segmento, a união com os avanços tecnológicos precisa permanecer. “A tecnologia é fundamental para que o Estado continue crescendo. Hoje, é cada vez mais comum a agricultura de precisão que utiliza 4G/5G, drones, softwares e máquinas avançadas”, conta.
O Sistema da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB-ES) desempenha um papel crucial na disseminação do conhecimento sobre a IA no campo. Além de processos totalmente digitais e arquivos em nuvem, a OCB-ES oferece cursos para capacitar profissionais das cooperativas.
O diretor-executivo da OCB, Carlos André de Oliveira, destaca que automação, robótica, apps e e-commerce são inovações que têm impactado positivamente o setor. Ele enfatiza o papel da IA em atividades logísticas, produção leiteira e pulverização de defensivos agrícolas, melhorando qualidade e eficiência. “A automação, a robótica, o uso de apps e o e-commerce, com certeza, estão entre as principais inovações desse setor que vêm impactando positivamente a sua atuação. Cabe ainda destacar o uso de inteligência artificial, máquinas autônomas, drones e satélites, que tem permitido otimizar e aumentar a produtividade”, analisa.
Para ele, o agronegócio é um pilar importante da economia e só consegue se manter pujante porque se renova constantemente. “O agronegócio e as cooperativas conseguem planejar e executar melhor as etapas de produção. A tecnologia está presente em todas as fases, reduzindo custos e garantindo melhor retorno do investimento”, afirma Oliveira.
A Nater Coop é uma das cooperativas rurais que intensifica esforços em inovação, antecipando avanços tecnológicos. Executivo de inovação da cooperativa, Fábio Braga destaca que a tecnologia oferece alternativas inteligentes para o uso de recursos naturais, como sistemas de irrigação que ajustam o consumo de água em períodos de temperatura elevada e seca.
Ele explica que um aspecto importante trazido pela tecnologia é a possibilidade de criar alternativas para uso de recursos naturais, como a água, em períodos de altas temperaturas e seca, como vistos em novembro de 2023. Uma aposta é o emprego de sistemas inteligentes de irrigação que promovem o ajuste hídrico adequado das plantações com o mínimo consumo de energia e água.
A adoção de tecnologias pode não apenas estimular produzir mais e com mais qualidade, mas também favorecer a aplicação de preceitos da sustentabilidade dentro das propriedades, como a utilização de energia verde, uso racional dos recursos naturais, redução de riscos de impactos negativos no ecossistema e aumento da qualidade de vida para o produtor e sua família.
No Estado, a Cooabriel se tornou a primeira cooperativa do Brasil a operar completamente em cloud computing. O investimento de mais de R$ 12 milhões facilitou o acesso remoto aos serviços, arquivos básicos, softwares e processamento de dados a distância. Ainda oferece o Programa Venda Segura, um sistema de biometria para cooperados.
Mas, mesmo diante de benefícios, os avanços tecnológicos ainda esbarram em alguns desafios, enfatiza o presidente da Cooabriel, Luiz Carlos Bastianello. “Existe muita resistência por parte de alguns produtores em utilizar novas tecnologias por não terem recursos de instalação e de manejo, além de capital para investimento, infraestrutura adequada em algumas propriedades e falta de adaptação de tecnologias para determinadas condições e culturas.”
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