Com o uso crescente de fontes renováveis na geração de energia e a acelerada modernização tecnológica do parque industrial brasileiro com máquinas e equipamentos mais eficientes, os processos industriais no país hoje são responsáveis por um percentual de 6% das emissões de gases de efeito estufa no mundo, segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
De acordo com o resultado do estudo, que analisou os seis segmentos responsáveis por 85% das emissões entre os industriais – que são cimento, alumínio, vidro, papel e celulose, químico e aço – o esforço de redução das emissões se deve principalmente a fatores como uso de matérias-primas e combustíveis alternativos e medidas de eficiência energética, ao investir em linhas e equipamentos de menor consumo térmico e elétrico.
De acordo com a CNI, o segmento cimenteiro é o que menos emitiu gases de efeito estufa nos últimos anos, enquanto o de papel e celulose é o que mais investe na remoção dos gases poluentes, com a preservação de florestas nativas.
Os setores de vidro e alumínio investem em reciclagem, e o setor químico tem apostado em iniciativas como a utilização de telas de catalisadores, projetos de integração energética, operações de simbiose ambiental e reaproveitamento energético de gases residuais de empresas vizinhas.
Já a indústria brasileira do aço teve a iniciativa pioneira de utilizar o carvão vegetal como agente redutor do minério de ferro nos altos fornos.
“Substituição de combustíveis com maior potencial poluidor, melhoramento do isolamento de fornos, automatização da temperatura de máquinas e construção de usinas solares e eólicas são algumas das importantes iniciativas implementadas pela indústria brasileira para promover a eficiência energética dentro do processo de transição para uma economia descarbonizada. O investimento que a indústria tem feito para atingir as metas de redução de emissão é grandioso e demanda tempo, engenharia, pesquisa, tecnologia e desenvolvimento”, avalia o engenheiro ambiental André Rocha.
Paulo Cezar Silva, consultor especialista da Agenda ESG da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), pontua que as empresas que não investirem em adequações para cumprirem as metas ambientais internacionais enfrentarão uma série de problemas a médio e longo prazos. “Dificuldades para acessar recursos financeiros competitivos ou mesmo restrições internacionais para venda de produtos são riscos para as empresas. Mas também é importante pensar pelo lado das oportunidades. Oferecer um produto cada vez menos intenso em carbono é um diferencial competitivo junto aos concorrentes”, alerta.
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